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Hospital desenvolve metodologia genética para aumentar testes para COVID-19 no Brasil

Pesquisadores trabalham no laboratório de técnicas especiais, onde um teste genético foi desenvolvido COVID-19, no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, em 28 de maio de 2020. afp_tickers

O Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, desenvolveu uma metodologia genética para detectar a COVID-19 que, segundo a instituição, pode expandir exponencialmente a capacidade de diagnóstico no Brasil, onde a falta de testes dificulta o combate à pandemia.

“É um teste de diagnóstico com uma tecnologia inovadora, ninguém fez isso no mundo, tivemos até uma patente registrada internacionalmente”, disse à AFP o Dr. Sidney Klajner, presidente do centro médico que é referência nacional.

A amostra é coletada com hastes de algodão no nariz e na boca. A inovação vem na análise das amostras. Graças a uma tecnologia de sequenciamento de nova geração, utilizada para estudos genéticos, o ácido ribonucleico (RNA) presente no vírus é identificado. Os resultados ficam prontos em até 72 horas.

A metodologia permite superar o processamento de 96 amostras simultaneamente para 1.536 por máquina.

O método foi desenvolvido por uma empresa emergente especializada em estudos genéticos, criada com a retaguarda do centro de inovação do hospital.

Com o início da pandemia e a diminuição da demanda por estudos genéticos, cientistas do laboratório molecular e da empresa iniciante uniram forças e trabalharam por dois meses nessa linha de pesquisa.

O hospital possui seis máquinas que vão começar a processar amostras em junho. Assim, somente o centro médico passaria do processamento de 2.000 amostras para pelo menos 11.000 amostras por dia.

“Poderia revolucionar, no sentido de fazer uma testagem em massa, com uma escala muito maior. E a um custo menor porque os insumos, no Brasil existe uma alternativa que permite não importar esses insumos”, explica o Dr. Klajner.

A tecnologia pode diagnosticar o vírus desde o primeiro dia, embora a sensibilidade seja maior a partir do quinto dia de incubação. A ampliação da capacidade permite massificar os exames que, até o momento no Brasil, foram reservados com prioridade a casos graves da doença.

O Brasil, com 438.238 casos confirmados e 26.417 mortes por COVID-19, é o segundo país com o maior número de infecções e o sexto em fatalidades.

No entanto, especialistas estimam que, devido à falta de exames, o panorama real de infecções pode ser quinze vezes pior.

Com 210 milhões de habitantes e dimensões continentais, o Brasil distribuiu, até 26 de maio, 6,6 milhões de testes rápidos.

Laboratórios públicos e particulares processaram 871.839 exames de RT-PCR no mesmo período, uma taxa de 4.251 exames por milhão de habitantes. O número é muito menor do que em alguns países da Europa e Estados Unidos.

“Sabemos que [a falta de exames] limita a adoção de medidas de contenção, de saúde pública, para evitar a disseminação da doença”, destacou o Dr. João Renato Rebello Pinho, coordenador do Laboratório de Técnicas Especiais.

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