HRW pede ‘pressão’ coletiva diante do autoritarismo em Cuba e Venezuela
A organização Human Rights Watch pediu nesta quinta-feira aos países da América Latina que exerçam uma “pressão” coletiva para conter o crescente autoritarismo em Cuba e Venezuela, e condenou o aumento da violência no México.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, é um “líder autocrático” e um “desastre”, disse o diretor-executivo da HRW, Kenneth Roth, em coletiva de imprensa.
Ao apresentar o relatório anual da HRW, Roth também assinalou que Cuba não realizou “avanços significativos” nos direitos humanos desde que iniciou seu processo de aproximação com os Estados Unidos.
“A resposta é um amplo enfoque multilateral” na região, disse Roth, advertindo que “a pressão unilateral dos Estados Unidos faz o jogo de demagogos como Castro e Maduro”.
O ativista recordou que a Organização dos Estados Americanos (OEA) debateu a aplicação de sua Carta Democrática na Venezuela e pediu aos chanceleres dos países-membros que continuassem os esforços.
“Espero que os chanceleres continuem os esforços para usar a Carta Democrática e realmente fazer uma investigação e pressionar Maduro”, disse durante coletiva de imprensa.
E acrescentou: “Um tipo similar de pressão multilateral será necessária em Cuba”, país que não é membro da OEA.
O relatório da HRW focou no perigo do crescente populismo na Europa e Estados Unidos, com a eleição de Donald Trump, o que também é apreciado em outros países como a Venezuela.
“A Venezuela é um bom exemplo não só do fenômeno do homem forte, como também do desastre que pode representar para os habitantes desse país”, disse Roth.
Sobre Cuba, ressaltou a aproximação diplomática com os Estados Unidos, mas disse que a HRW está “decepcionada porque isso não foi acompanhado por uma melhora significativa dos direitos humanos” na ilha.
“Continuamos tendo estas contínuas prisões rápidas como um método para impedir qualquer protesto organizado ou qualquer esforço para fazer com que a voz do povo cubano seja ouvida”, indicou.
Roth também expressou sua preocupação com o “aumento da violência” no México, denunciando a corrupção policial.