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Kamala e Trump travam disputa acirrada em estados-chave

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A quase dois meses das eleições presidenciais nos Estados Unidos, Kamala Harris e Donald Trump tentavam nesta quarta-feira (4) conquistar novos eleitores, no mesmo dia em que apareceram com pouca diferença em uma pesquisa realizada em três estados-chave.

O dia foi marcado pelo ataque de um adolescente em uma escola do estado da Geórgia, que causou a morte de quatro pessoas. “Temos que acabar de uma vez por todas com esta epidemia de violência armada em nosso país. Não tem por que ser assim”, disse Kamala, em comício no estado de New Hampshire.

Donald Trump, que se opõe a mudanças na legislação sobre o controle de armas, chamou o autor do ataque de “monstro doente e transtornado”.

Horas antes, uma pesquisa divulgada pela rede de TV CNN confirmou que, como de costume nos Estados Unidos, o resultado das eleições presidenciais será decidido em alguns poucos estados com enorme influência.

Os três campos de batalha eleitoral mais disputados são Nevada, Geórgia e Pensilvânia, sendo este último o estado que deve decidir o vencedor. Trump retornou hoje a esse estado para uma reunião pública com eleitores animada por Sean Hannity, comentarista político da Fox News considerado conservador e próximo do ex-presidente.

– Cervejaria –

Kamala foi a New Hampshire, para uma visita com foco nas pequenas e médias empresas. Nessa região, de inclinação democrata, a candidata visitou uma cervejaria fundada por duas mulheres em um setor tradicionalmente dominado por homens.

Kamala, de 59 anos, quer multiplicar por dez, de 5.000 para 50.000 dólares (R$ 28,1 mil e R$ 281 mil), a dedução fiscal para a criação de pequenas empresas, segundo um membro de sua equipe de campanha.

Chamada de “comunista” por Trump, ela pretende melhorar sua imagem de candidata das classes médias e trabalhadoras em contraste com um adversário acusado de favorecer as multinacionais.

Após se beneficiar do impulso gerado pela convenção democrata em Chicago, a vice-presidente americana agora corre o risco de perder força.

Nos últimos dias, vários editorialistas de grandes jornais, que tendem a favorecer os democratas, pediram que ela detalhasse suas propostas para o país. Alegam que sua entrevista da última quinta-feira, junto com seu companheiro de chapa Tim Walz, carecia de substância.

“O período de lua de mel (de Kamala Harris) acabou”, declarou Trump nesta quarta-feira, em uma rádio local em New Hampshire.

“Se ela ganhar, nosso país nunca se recuperará, será uma catástrofe”, acrescentou o líder republicano, que perdeu a vantagem nacional que tinha em julho, antes de o presidente Joe Biden se retirar da corrida presidencial.

– 15% de indecisos –

Em pesquisa publicada na Economist, Harris tem 47% das intenções de voto em nível nacional, contra 45% para Trump.

Muitos republicanos gostariam que o magnata moderasse o tom e focasse suas críticas nos resultados do mandato de Biden/Harris, mas o bilionário continua com seus ataques pessoais e adjetivos. “Ela é uma marxista, vai destruir o nosso país”, repetiu hoje.

A ex-congressista Liz Cheney, mais famosa republicana crítica de Trump, disse hoje que votaria em Kamala.

Segundo a pesquisa da CNN, cerca de 15% dos eleitores ainda estão indecisos nos estados-pêndulo, ou seja, aqueles que tendem a se inclinar para um partido ou outro dependendo das eleições.

Kamala é apontada como vencedora em Wisconsin e Michigan, enquanto Trump ganharia no Arizona.

Após a visita a New Hampshire nesta quarta-feira, a democrata se concentrará nos sete estados-chave que decidirão o futuro da maior potência mundial em 5 de novembro.

seb/cha/erl/db/jb/mvv-lb

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