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Lavastida, artista visual cubano é forçado a viajar à Europa após ser libertado

Homem grita palavras de ordem durante protesto em apoio aos cubanos que se manifestam contra o governo comunista da ilha em Miami, 14 de julho de 2021 afp_tickers

O jovem artista visual cubano Hamlet Lavastida, detido desde 26 de junho, foi solto no sábado e forçado a viajar para a Europa, aonde chegou neste domingo (26), confirmou a escritora Katherine Bisquet, que o acompanhou.

“A polícia política nos impôs o exílio como única opção para a soltura de Hamlet”, escreveu Bisquet em sua conta no Facebook ao “pisar no espaço Schengen”.

Escritora e ativista política, Bisquet acrescentou que sua “saída do país era a moeda de troca” para a libertação do casal.

Pessoas próximas dos dois disseram à AFP que o destino inicial da viagem foi a Polônia, onde Lavastida, de 38 anos, tem um filho.

“Esperamos que tenha feito boa viagem e finalmente tenha a chance de passar um tempo com seu filho, #Leo. Estamos contentes por você estar livre”, anunciou a embaixada da Polônia em Havana em sua conta no Twitter, confirmando o destino.

Bisquet avaliou que “não cabe aqui nenhuma justificativa suficiente nem mesmo minimamente para disfarçar o plano macabro que o poder político lançou sobre nossas vidas”.

Ela assegurou que “muito em breve e após uma breve recuperação, estaremos dando nossos testemunhos. Nada ficará impune”.

Lavastida foi detido quando cumpria quarentena sanitária após chegar ao seu país, depois de concluir uma residência na galeria de arte Künstlerhaus Bethanien, em Berlim.

Ele foi acusado de “incitação ao crime” por meio de mensagens nas redes sociais, segundo o site oficial Razones de Cuba.

Lavastida “tem estado incitando e convocando a realização de atos de desobediência civil na via pública, usando as redes sociais e a influência direta sobre outros elementos contrarrevolucionários”, reportou o veículo oficial.

Segundo explicou Bisquet na ocasião, o principal motivo foi a proposta de Lavastida a outros dirigentes em um chat privado, de marcar cédulas bancárias como logotipos dos grupos dissidentes San Isidro e 27N, uma ideia que não prosperou, nem foi a conhecimento do público.

Em julho passado, Samantha Power, administradora da Agência Internacional para o Desenvolvimento dos Estados Unidos (USAID), disse que a detenção de Lavastida “faz parte da sua campanha para suprimir, censurar e castigar a liberdade de expressão”, em alusão ao regime cubano.

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