México encontra carregamento radioativo roubado
CIDADE DO MÉXICO (Reuters) – As autoridades mexicanas encontraram na sexta-feira um carregamento de perigosos materiais radioativos que foi roubado de um caminhão, disse uma importante autoridade civil do país.
O carregamento de Irídio 192 foi descoberto abandonado em uma rua a alguns quilômetros de onde o caminhão foi roubado em Tlalnepantla, subúrbio industrial da Cidade do México, de acordo com o chefe da agência de proteção civil do país, Luis Felipe Puente.
Tropas armaram um perímetro em volta do pequeno contêiner cheio de alertas sobre materiais perigosos até que ele fosse removido do local pela comissão de segurança nuclear do México, de acordo com informações da imprensa.
O material, normalmente usado em radiografias industriais, estava armazenado em um contêiner especial e só seria um risco à saúde se o compartimento estivesse danificado, disse o Ministério do Interior mexicano em comunicado.
O caminhão, pertencente a uma metalúrgica, foi roubado na quinta-feira. Em dezembro, ladrões tomaram um caminhão com um perigoso material radioativo usado em medicina, o cobalto 60. Segundo a agência nuclear da Organização das Nações Unidas, o material poderia servir de ingrediente para uma “bomba suja”, na qual explosivos convencionais dispersam radiação de uma fonte radioativa. O carregamento de cobalto 60 foi encontrado enterrado, perto do local onde foi roubado.
Neste sábado, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que pediu aos Estados membros da ONU para aumentarem a segurança em torno de materiais radioativos, disse que o México comunicou o incidente e que recebeu a informação de que não houve vazamento de radioatividade e não havia riscos para as pessoas ou o meio ambiente.
Pelo fato de ser mais fácil encontrar material radioativo e fazer um dispositivo, especialistas dizem que a bomba suja é mais perigosa do que uma bomba nuclear nas mãos de terroristas.
Contudo, uma bomba suja tem maior potencial de causar terror do que propriamente tirar vidas.
O especialista nuclear Mark Hibbs, do centro de estudos Carnegie Endowment, afirmou que o Irídio 192 “em teoria” pode ser usado como arma radiológica. Mas, os “perpetradores teriam que acumular material suficiente para dispersá-lo eficientemente, o que pode ser difícil, já que em muitos casos pequenas quantidades de Ir-192 são usadas”.