“Constatamos que o dinheiro destinado às empresas como empréstimos de ajuda à Covid vai muito rápido para o exterior”, diz Nicoletta della Valle, diretora do Departamento Federal de Polícia (Fedpol). “São os bancos que nos relatam esses movimentos”.
Até hoje, o Escritório de Relatórios de Lavagem de Dinheiro da Fedpol (MROS) estima que pelo menos CHF180 milhões (US$199 milhões) foram desviados de empréstimos do governo para compensar os danos financeiros da pandemia do coronavírus. É pouco provável que esse dinheiro retorne à Suíça.
Os responsáveis pela aplicação da lei anti-mafia também se preocupam que a máfia italiana possa se beneficiar substancialmente dos fundos da União Europeia destinados à Itália para a recuperação da Covid (CHF220 bilhões). Na Sicília, a poderosa organização comercial italiana Confcommercio afirma que a Cosa Nostra está prestes a tomar conta de toda a economia da ilha.
Presença subestimada
O fenômeno continua sendo difícil de ser detectado na Suíça. Mas a Fedpol fala de múltiplas formas de crime: tráfico de armas, tráfico de pessoas, drogas, dinheiro falso, recebimento de mercadorias roubadas e lavagem de dinheiro.
“Subestimamos isso há muito tempo”, principalmente porque esses crimes são processados em nível cantonal, diz della Valle. “Nós os tratamos, eu diria, como crimes normais, e não vimos os laços mafiosos. E agora, com o tempo, após analisar antigos registros de processos criminais, percebemos, por exemplo, que não se tratava de um homicídio, mas de um assassinato ligado à máfia”.
A análise policial ajudou a revelar a amplitude e a profundidade das atividades da máfia na Suíça. Os promotores cantonais confirmaram à RTS que os casos de assassinato, fraude e tráfico de armas em Zurique e na Suíça de língua italiana sugerem ligações com a ‘Ndrangheta’ calabresa.
Em Genebra, de acordo com reportagens realizadas pela RTS, a máfia fez incursões nos setores da construção civil, drogas e lavagem de dinheiro.
“A presença da máfia italiana na Suíça data de mais de 40 anos”, diz o chefe da Fedpol. “Seus antigos chefões vieram para a Suíça, para a Turgóvia, Biena e Berna. E agora são seus netos que estão começando a fazer negócios, eles estão por toda a Suíça. Há até mesmo mafiosos que falam melhor suíço-alemão do que italiano”.
Algumas reportagens da mídia falam de 400 pessoas ligadas à máfia na Suíça. Mas, segundo fontes da RTS, esta é apenas a ponta do iceberg.
Para entender melhor o fenômeno da máfia na Suíça, a Universidade da Suíça Italiana inaugurou na quarta-feira um Observatório do Crime Organizado.
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