Militares bolivianos rejeitam declarações de Morales sobre milícias
As Forças Armadas da Bolívia estão “indignadas” com declarações do ex-presidente Evo Morales sobre a possibilidade de criar “milícias armadas” como as da Venezuela se ele voltar ao seu país, disse o governo nesta segunda-feira.
“O povo boliviano está ferido e nossas Forças Armadas estão indignadas”, disse o ex-ministro militar e ministro da Defesa, Luis Fernando López, em entrevista coletiva, afirmando a “rejeição de uma lógica absolutamente terrorista e sediciosa”.
Morales declarou no domingo a uma estação de rádio de plantadores de coca bolivianos de Buenos Aires, onde ele está refugiado, que “daqui a pouco tempo, se voltasse (…), é preciso organizar milícias armadas, como as da Venezuela”.
O ex-presidente também reiterou que havia sofrido um golpe na Bolívia.
López, líder político das Forças Armadas, disse: “Estamos preparados, treinando e atentos, não permitiremos nada, não permitiremos que forças estrangeiras queiram tomar o poder no país”.
Segundo o ministro, o governo de Morales, que renunciou em 10 de novembro após uma forte revolta social depois de eleições marcadas por acusações de fraude, tinha o plano de “desmantelar as Forças Armadas e a polícia para trazer forças estrangeiras para o país”.
Durante os protestos sociais após as eleições de outubro, a polícia se revoltou e os militares publicamente sugeriram a renúncia de Morales.