ONU alerta para falta de bilhões de dólares para combater a fome mundial
O Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU alertou nesta terça-feira(17) que, devido aos cortes no financiamento humanitário, só poderá atender, na melhor das hipóteses, um terço de 318 milhões de pessoas que precisarão de ajuda alimentar em 2026.
“A redução do financiamento humanitário global está obrigando o PMA a priorizar a assistência alimentar para aproximadamente um terço dos necessitados”, concentrando-se em 110 milhões das pessoas mais vulneráveis, afirmou em comunicado.
A agência calculou um custo de 13 bilhões de dólares (69 bilhões de reais), mas alertou que provavelmente receberá apenas cerca da metade.
O maior doador do PMA é o governo dos Estados Unidos, que, sob o segundo mandato de Donald Trump, cortaram a ajuda externa, incluindo a destinada às Nações Unidas. Outros grandes contribuintes, entre eles alguns países europeus, também reduziram seus orçamentos humanitários.
As 318 milhões de pessoas que enfrentam fome aguda são mais do que o dobro do número registrado em 2019, já que os conflitos, as condições climáticas extremas e a instabilidade econômica têm cobrado seu preço, segundo o PMA.
As agências da ONU declararam fome em Gaza e em algumas áreas do Sudão neste ano, algo que a diretora-executiva do PMA, Cindy McCain, classificou como “completamente inaceitável no século XXI”.
No prefácio do relatório Perspectivas Globais 2026 do PMA, afirmou que a resposta global “continua lenta, fragmentada e insuficientemente financiada”.
Na semana passada, as duas agências alimentares da ONU, o PMA e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), alertaram sobre a existência de 16 “pontos críticos de fome” em todo o mundo, do Haiti até o Sudão do Sul.
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