Oposição cobra mais dados de apuração de contestada eleição presidencial da Venezuela

Por Mayela Armas e Vivian Sequera
CARACAS (Reuters) – Líderes da oposição e observadores internacionais pediram nesta segunda-feira à Venezuela que divulgue detalhes dos resultados das eleições realizadas no domingo, que pesquisadores independentes consideraram implausíveis, depois que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou a reeleição do presidente Nicolás Maduro.
O CNE informou, pouco depois da meia-noite, que Maduro havia conquistado um terceiro mandato com 51% dos votos, sem fornecer os resultados detalhados. O Conselho culpou um ataque cibernético lançado da Macedônia do Norte pelo atraso na contagem.
No entanto, pesquisas independentes de boca de urna e uma contagem parcial da oposição com base nos registros públicos de votação apontaram para uma vitória decisiva do candidato rival, Edmundo González. A líder da oposição, María Corina Machado, que atraiu grandes multidões pelo país fazendo campanha para González, disse que ele obteve 70% dos votos.
Uma pesquisa de boca de urna da Edison Research, que realiza pesquisas eleitorais nos Estados Unidos, mostrou que González obteve 65% dos votos, enquanto Maduro obteve 31%, com base em entrevistas nacionais com 6.846 eleitores em 100 locais de votação.
“Os resultados oficiais são tolos”, disse o vice-presidente executivo da Edison, Rob Farbman, à Reuters em um email.
Maduro descartou as alegações da oposição e dos institutos de pesquisa como uma tentativa de golpe depois que o CNE o proclamou formalmente na segunda-feira como presidente eleito para o mandato de 2025-2031, estendendo um quarto de século de governo socialista.
Milhares de venezuelanos foram às ruas protestar. Os atos de violência e a negação dos resultados oficiais podem ser considerados crimes de “instigação pública”, disse o procurador-geral da Venezuela, Tarek Saab.