Opositor mexicano López Obrador promete lutar contra Trump
O duas vezes candidato à Presidência do México Andrés Manuel López Obrador viajará para os Estados Unidos, no domingo (12), para enfrentar – segundo ele – a campanha “venenosa” de Donald Trump, que iniciou uma crise diplomática com sua iniciativa de erguer um muro.
Esse político veterano, líder do partido de esquerda Movimento Regeneração Nacional e que espera disputar as eleições presidenciais de 2018, considerou que Trump desrespeitou o México, conforme declarações concedidas em entrevista publicada nesta quinta-feira pelo jornal El Universal.
Recentemente, Trump assinou alguns decretos que autorizam a construção de um novo muro fronteiriço, vetam a libertação de imigrantes ilegais presos e impedem a distribuição de recursos federais para as chamadas “cidades santuário”. Essas localidades são conhecidas por acolher imigrantes em situação clandestina.
“Deve-se enfrentar essa campanha porque é muito venenosa, de xenofobia, que provoca ódio. Os mexicanos estão sendo perseguidos”, disse López Obrador, que inicia sua viagem por Los Angeles.
O político falará com empresários, migrantes e americanos para propor planos de desenvolvimento e de investimento no México.
“Se há crescimento econômico e trabalho no México, as pessoas não irão para os Estados Unidos. Por isso, não precisamos de Trump, que é propagandístico e recorre ao sentimento nacionalista”, disse.
Trump ameaçou impor tarifas alfandegárias às importações mexicanas para custear o muro, além de bloquear as remessas dos mexicanos e prometer sair do Acordo de Livre-Comércio da América do Norte (Nafta), que os Estados Unidos assinaram com México e Canadá.
Também ameaçou as montadoras de automóveis que se instalarem no México, argumentando que roubam emprego dos americanos.
O presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, defendeu o “diálogo e a negociação”, em uma atitude que resumiu em: “nem confronto, nem submissão”.
López Obrador pediu recentemente que o governo mexicano apresente uma demanda na ONU contra os Estados Unidos “pela violação dos direitos humanos e pela discriminação racial”.