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Lula pede nova ordem mundial

Lula participou no domingo do encontro do Fórum Mundial Econômico em Davos, Suíça. Keystone

Recém-eleito presidente do Brasil participou do encontro do Fórum Econômico Mundial em Davos.

No seu discurso, Lula criticou o protecionismo dos países ricos, defendeu a criação de um fundo internacional de combate à miséria e à fome dos países do terceiro mundo e a adoção de uma nova ordem mundial como alternativa para o crescimento econômico.

A expectativa em Davos era grande. Luis Inácio Lula da Silva, o recém-eleito presidente do Brasil, havia participado dois dias antes do Terceiro Fórum Social Mundial em Porto Alegre.

Para empresários, políticos e outros ilustres convidados do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, a participação do antigo líder sindical era uma situação única no clube que, historicamente, foi criado para reunir as elites do mundo.

A participação de Lula estava marcada para o domingo, às duas e meia da tarde, hora local. Pontualmente o presidente do Brasil entrou no auditório do centro de congressos de Davos e foi apresentado por José María Figueres, ex-presidente da Costa Rica e membro da direção do WEF, que ressaltou a grande expectiva dos presentes.

Lula afirma que prioridade é combater a fome

O discurso durou apenas vinte minutos. Lula começou afirmando que chegava a Davos como “portador de um sentimento de esperança que tomou conta de toda a sociedade brasileira”.

Ele ressaltou que uma das suas principais tarefas é acabar com a fome e a pobreza num país rico como o Brasil. “Mais de 45 milhões de brasileiros vivem abaixo do nível de pobreza, onde o ponto mais dramático é a fome. Por isso, a nossa prioridade é o combate à fome. Um compromisso não só do governo mas da sociedade” e completou, “quero que os brasileiros possam todos os dias tomar café-da-manhã, almoçar e jantar”.

Fundo para combater problemas no mundo

Lula propôs também a criação de um fundo internacional de combate à miséria e à fome nos países do terceiro mundo. Este seria constituído pelos países do G-7 (os mais ricos do mundo) e estimulado por investidores internacionais.

O presidente brasileiro exortou ainda países de todo o mundo a unirem-se num pacto internacional pela paz e garantiu que o Brasil “fará a sua parte”.

Lula também aproveitou a oportunidade para criticar o protecionismo dos países desenvolvidos. “De nada adianta nosso esforço exportador se os países desenvolvidos mantém o protecionismo”.

Vinda à Davos é procura por consenso

Depois de encerrado o discurso Lula ainda respondeu às perguntas do público. Uma delas questionava sua participação no Fórum Econômico Mundial.

O presidente brasileiro lembrou que foi muito criticado por ter decidido vir a Davos, porém considerava que sua participação no evento na Suíça correspondia ao seu desejo de procurar um consenso, discutindo também com outros representantes da sociedade, como os grandes empresários presentes em Davos. Para explicar sua política, Lula lembrou que seu vice-presidente é não somente chefe de uma das maiores empresas eletrônicas do Brasil, mas também “companheiro” no recém-empossado governo.

Lula encontra Couchepin

Antes de discursar, Lula ainda se encontrou pela manhã com Pascal Couchepin, presidente da Confederação Suíça e ministro do Interior, e também representantes dos governos da Finlãndia, Jordãnia e Ucrânia.

swissinfo, Alexander Thoele, em Davos

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