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Avanço de militantes afeta produção de petróleo na região iraquiana do Curdistão

Militantes do Estado Islâmico de guarda após tomarem controle da sede do Partido Democrático do Curdistão na cidade de Bartella, no Iraque. 07/08/2014 REUTERS/Stringer reuters_tickers

Por Karolin Schaps

LONDRES (Reuters) – As empresas de petróleo na região iraquiana do Curdistão começaram a retirar mais pessoal nesta sexta-feira devido à aproximação de militantes do Estado Islâmico à capital regional, e a Afren foi a primeira a anunciar que está reduzindo a produção.

As ações de empresas de petróleo ativas no norte do Iraque caíram pelo segundo dia no pregão de Londres, e o fechamento de outros campos de extração e as retiradas de funcionários se tornaram mais prováveis na região, vista até agora como relativamente segura comparada ao resto do país.

O Estado Islâmico considera não muçulmanos e islâmicos xiitas como infiéis, e em muitas das cidades que capturou o grupo fez uma proposta severa: converter-se, fugir ou morrer.

O grupo chegou perto de Arbil, cidade de 1,5 milhão de habitantes que sedia o governo regional curdo e filiais locais de muitas empresas internacionais.

“A Afren tomou a medida preventiva de suspender as operações no campo de Barda Rash”, informou a empresa, acrescentando que está retirando todo o pessoal não essencial das instalações.

A Genel Energy , operadora dos dois grandes campos de extração de Taq Taq e Tawke, no Curdistão, declarou ter retirado funcionários “não essenciais” dos campos da região que não estão produzindo petróleo.

Taq Taq e Tawke ainda estão funcionando, afirmou, e estão produzindo uma média de 230 mil barris por dia esta semana.

A Genel recuperou parte do declínio inicial depois de garantir aos investidores a continuidade de suas operações, mas suas ações mantiveram a queda de 3 por cento durante o dia e a empresa perdeu quase 20 por cento de seu valor desde sexta-feira.

A Afren caiu 4,5 por cento, e a Gulf Keystone Petroleum, outra produtora focada no Curdistão, caiu 6,2 por cento, embora ambas tenham se recuperado em parte no final do pregão.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, autorizou na quinta-feira ataques aéreos limitados para deter o avanço dos militantes, que aumentaram a preocupação internacional de uma catástrofe humanitária.

Dezenas de milhares de membros da minoria iraquiana yazidi foram expulsos de suas casas e estão sitiados na montanha.

(Reportagem adicional de David Sheppard e Sudip Kar-Gupta, em Londres)

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