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Estado Islâmico “massacra” 80 de minoria étnica no norte do Iraque

Crianças desalojadas da minoria étnica yazidi, que fogem da violência no Iraque, recebem abrigo na província de Dohuk, nesta sexta-feira. 15/08/2014 REUTERS/Ari Jalal reuters_tickers

BAGDÁ (Reuters) – Militantes do Estado Islâmico “massacraram” cerca de 80 integrantes da minoria iraquiana yazidi em uma vila no norte do Iraque, disseram um parlamentar yazidi e duas autoridades curdas nesta sexta-feira.

“Eles chegaram em veículos e começaram a matança deles nesta tarde”, afirmou o curdo Hoshiyar Zebari à Reuters. “Nós acreditamos que é por causa da sua crença: converter ou morrer.”

Um parlamentar yazidi e outro funcionário curdo também disseram que as mortes ocorreram e que mulheres da aldeia foram sequestradas.

Um avanço realizado por militantes do Estado Islâmico em direção ao norte do Iraque para a fronteira com a região curda alarmou o governo de Bagdá, o que levou aos primeiros ataques aéreos dos Estados Unidos desde o fim da ocupação norte-americana em 2001 e fez com que dezenas de milhares de yazidis e cristãos fugissem para salvar suas vidas.

O parlamentar yazidi Mahama Khalil disse que falou com os moradores que sobreviveram ao ataque. Eles contaram que os assassinatos ocorreram durante um período de uma hora.

O morador de um vilarejo próximo afirmou que um combatente do Estado Islâmico da mesma região deu detalhes a ele sobre a violência.

“Ele me disse que o Estado Islâmico passou cinco dias tentando convencer os moradores a se converter ao islamismo e que um longo sermão foi proferido sobre o assunto hoje”, disse o morador.

“Ele, então, disse que os homens foram agrupados e mortos a tiros. As mulheres e meninas provavelmente foram levadas para Tal Afar, porque é onde os combatentes estrangeiros estão.”

Os números não puderam ser confirmados de forma independente.

Militantes do Estado Islâmico mataram pelo menos 500 membros da minoria étnica yazidi durante a ofensiva no norte do Iraque, disse o ministro iraquiano de Direitos Humanos, Mohammed Shia al-Sudani, à Reuters no domingo.

(Reportagem de Isabel Coles, Michael Georgy e Raheem Salman)

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