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Hillary tenta se distanciar de política externa de Obama

WASHINGTON (Reuters) – Distanciando-se da política externa do presidente Barack Obama, a potencial candidata às eleições de 2016 Hillary Clinton disse em entrevista publicada neste domingo que a decisão dos Estados Unidos de não intervir cedo na guerra civil síria foi um “fracasso”.

Críticos republicanos e outros culparam Obama por fazer muito pouco para apoiar os sírios que se levantaram contra o presidente Bahar al-Assad. A Síria é dividida por uma guerra civil há três anos, com Assad permanecendo no poder e militantes islâmicos ganhando força entre a oposição.

“O fracasso em ajudar a construir uma força de luta confiável entre as pessoas que originaram os protestos contra Assad — houve islamitas, secularistas, tudo no meio — o fracasso em fazer isso deixou um grande vácuo, que os jihadistas agora preencheram”, disse Hillary em entrevista ao Atlantic.

Hillary foi secretária de Estado de Obama durante seu primeiro mandato como presidente, deixando o cargo no início de 2013. Portanto, ela fez parte da administração durante o início da revolta na Síria. Vista como forte concorrente para a candidatura democrata para as eleições de 2016, ela concorreu sem sucesso com Obama pela indicação em 2008.

Questionada sobre o slogan de Obama “não faça nada estúpido” para descrever sua política externa, Hillary disse: “grandes nações precisam de princípios de organização, e ‘não faça nada estúpido’ não é um princípio organizacional.”

Na entrevista, Hillary também ofereceu forte apoio a Israel e ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que tem tenso relacionamento com Obama.

Israel foi condenado pela comunidade internacional pelas mortes de civis palestinos em Gaza e a destruição e milhares de residências durante um mês de guerra com o movimento Hamas. A administração Obama, apesar de defender o direito de defesa de Israel, condenou ao menos uma vez o país por conta das mortes de civis.

“Acredito que Israel fez o que tinha que fazer para responder aos foguetes (do Hamas). Israel tem o direito de se defender. Os passos que o Hamas tomou para esconder foguetes e comandar e controlar unidades e entradas de túneis em áreas civis, isso torna a resposta de Israel difícil”, disse Hillary.

Questionada se Israel tomou medidas suficientes para evitar mortes de civis incluindo crianças, Hillary disse que os Estados Unidos também tentam ser cuidadosos para evitar mortes de civis em guerras, mas que às vezes erros ocorrem.

“Nós cometemos (erros). Não conheço uma nação, não importa quais valores tenha — e eu acredito que nações democráticas demonstraram valores melhores em uma posição de conflito — que não tenha cometido erros, mas basicamente a responsabilidade é do Hamas”, disse Hillary.

(Por Will Dunham)

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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