Líderes da África Ocidental entram em acordo sobre medidas para conter Ebola
CONACRI (Reuters) – Líderes da África Ocidental concordaram nesta sexta-feira em tomar medidas mais fortes para tentar controlar o pior surto de Ebola da história e evitar que a doença se espalhe para fora da região, incluindo ações para isolar comunidades rurais devastadas pelo vírus.
A Organização Mundial da Saúde e o grupo Médicos Sem Fronteiras disseram nesta sexta-feira que o surto, que matou 729 pessoas em quatro países da África Ocidental, está fora de controle e que mais recursos são urgentemente necessários para lidar com a crise.
A chefe da OMS, Margaret Chan, disse durante uma reunião com presidentes de Guiné, Libéria e Serra Leoa –os países mais afetados– que a epidemia está ultrapassando os esforços para contê-la e alertou para consequências catastróficas para a vida e à economia se permitirem que a situação piore.
“Os presidentes reconhecem a gravidade do surto de Ebola em seus países. Eles estão determinados a tomar todas as medidas extraordinárias para conter o Ebola em seus países”, disse Chan no fim das conversas na capital da Guiné, Conacri.
Em um comunicado divulgado após o encontro, os líderes concordaram em mobilizar forças de segurança para isolar as regiões de fronteira, onde foram detectados 70 por cento dos 1.323 casos.
Eles proibiram o transporte transfronteiriço de qualquer pessoa com sintomas da doença e se comprometeram a introduzir controles rígidos nos aeroportos internacionais para evitar a propagação do vírus fora da região.
Os três líderes também concordaram em intensificar os esforços para proteger os trabalhadores de saúde locais e incentivá-los a voltar ao trabalho, depois que mais de 60 agentes da saúde morreram.
A Libéria já colocou em prática medidas mais duras, incluindo o fechamento de todas as escolas e alguns departamentos do governo. Serra Leoa declarou estado de emergência na quarta-feira e pediu tropas para isolar as vítimas do Ebola.
No entanto, o acordo desta sexta-feira é uma mudança de comportamente da Guiné, que já havia resistido a tomar medidas mais firmes, dizendo que a doença estava sob controle naquele país.
(Reportagem de Saliou Samb)