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Palestinos encerram greve de fome após concessões de Israel

Por Dan Williams

JERUSALÉM (Reuters) – Centenas de palestinos em greve de fome encerraram nesta quarta-feira seu protesto contra prisão sem julgamento, após terem conquistado concessões limitadas de Israel, embora nenhuma grande mudança nas políticas do país.

Cerca de 120 palestinos presos sob a chamada “detenção administrativa” começaram o jejum em 24 de abril e foram seguidos nos últimos dois meses por outros 180. Cerca de 75 precisaram ser hospitalizados, aumentando o debate em Israel sobre uma proposta da alimentação forçada.

Greves de fome anteriores geraram simpatia internacional para os palestinos e terminaram após a libertação de alguns detentos.

Mas esse protesto foi amplamente ofuscado por uma crise diplomática sobre o colapso das conversas de paz patrocinadas pelos Estados Unidos, após facções rivais palestinas terem assinado um acordo de unidade nacional, e também pelo sequestro, em 12 de junho, de três adolescentes israelenses na Cisjordânia ocupada.

Qadoura Fares, que atua como defensor dos prisioneiros, disse que a greve de fome fora suspensa durante a noite após Israel concordar em retirar punições impostas aos detentos e outras medidas que os afetam na prisão.

“Não estamos falando sobre uma grande e clara vitória no sentido prático e de procedimentos, mas falamos de uma melhora no tratamento da questão da detenção administrativa”, disse Fares, sem dar mais detalhes.

Israel e os prisioneiros também “continuariam a dialogar sobre a detenção administrativa”, disse ele a repórteres.

Uma autoridade israelense confirmou que o serviço prisional não puniria os manifestantes. Tais sanções poderiam incluir multas e a redistribuição dos detentos em diferentes alas da prisão.

Mas Israel se manteve firme quanto à sua política de detenção administrativa, sob a qual palestinos suspeitos de delitos contra a segurança podem ser presos por prolongados períodos sem julgamento, para evitar procedimentos judiciais que poderiam expor informações sensíveis do setor de inteligência. A prática atrai críticas internacionais.

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