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Presidente do Iêmen exige retirada de xiitas de cidade tomada

SANAA, 13 Jul (Reuters) – O presidente do Iêmen exigiu no domingo a retirada das tribos xiitas de uma cidade provincial capturada, em um impasse que ameaça intensificar a turbulência no país árabe.

Os Houthis, nomeados em homenagem a seu líder tribal, haviam devolvido um acampamento do exército para o governo iemenita no sábado para tentar acalmar as tensões causadas por sua captura na semana passada de Omran, a cerca de 50 quilômetros ao norte da capital Sanaa.

Mas o presidente Abd-Rabbu Mansour Hadi sinalizou que a paciência do governo estava se esgotando.

“Todo mundo tem que entender muito bem que não haverá negociação sobre a saída dos Houthis com suas armas de Omran”, ele foi citado pela agência de notícias estatal Saba, em comentários que fez em uma palestra em uma faculdade militar.

A perda de Omran atraiu a condenação do Conselho de Segurança da ONU e uma ameaça de ação militar por Hadi, que ordenou ao exército para aumentar a sua preparação para “realizar todas as tarefas que puderem ser atribuídas a ele”.

Os combates já mataram pelo menos 200 pessoas e renovaram temores sobre a estabilidade do Iêmen. O país ainda está tentando se recuperar de uma crise política que começou com protestos em massa em 2011 e forçou o antecessor de Hadi a demitir-se. O país também está lutando com um movimento separatista do sul e uma ala local da Al Qaeda.

Os Houthis capturaram Omran na última terça-feira depois de dias de combate contra soldados do governo e combatentes tribais sunitas aliados, em confrontos que ameaçavam se transformar em um conflito sectário.

Hadi disse que Houthis e outros grupos armados devem sair com as armas e abandonar as armas que haviam apreendido. Ele exigiu que eles também entreguem corpos e libertem os prisioneiros.

A queda de Omran veio menos de uma semana após o colapso de um cessar-fogo, com ambos os lados culpando um ao outro. Os Houthis disseram que sua luta era contra rivais leais ao partido islâmico Islah, e que eles não têm intenção de atacar Sanaa.

(Reportagem de Mohammed Ghobari)

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