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Unicef lamenta morte de 400 crianças em Gaza e alerta para desafios futuros

Crianças palestinas que deixaram suas casas enchem baldes de água em Gaza. Foto de 23 de julho de 2014. REUTERS/Mohammed Salem reuters_tickers

Por Tom Miles

GENEBRA (Reuters) – Mais de 400 crianças morreram nos ataques de Israel em Gaza, e muitas delas estão traumatizadas e encaram um futuro “extraordinariamente sombrio”, disse a principal autoridade do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em Gaza nesta terça-feira.

Pernille Ironside, chefe do escritório de campanha da entidade, disse que reconstruir as vidas das crianças será parte de um esforço muito maior para reerguer o enclave palestino depois que os combates terminarem de vez.

“Como se espera que familiares e cuidadores cuidem de suas crianças e as criem de forma positiva e saudável quando eles mesmos mal funcionam como humanos? As pessoas perderam ramos inteiros de suas famílias em um golpe”.

Até o dia 4 de agosto, 408 crianças palestinas foram relatadas como mortas, 31 por cento das baixas civis. Mais de 70 por cento dos 251 meninos e das 157 meninas mortas tinham 12 anos ou menos.

Mesmo antes do conflito atual, as crianças de Gaza já estavam acostumadas com rodízios por falta de escolas, e se formam em um mercado de trabalho com 59 por cento de desemprego entre os jovens.

“Se você tem mais de sete anos, já passou por duas guerras”, e a escalada recente é bem pior que as de 2008-9 e 2012, declarou Ironside.

“É uma coisa extraordinária para se passar, especialmente sobreviver e testemunhar o uso de armas incrivelmente danosas que amputam e aleijam as pessoas diante dos olhos das crianças”, disse ela.

O Unicef estima que cerca de 373 mil crianças têm algum tipo de experiência traumática direta e precisam de apoio psicossocial imediato, segundo Ironside.

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