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Venezuela quer que CS da ONU avalie guerra civil na Colômbia

Por Louis Charbonneau
NAÇÕES UNIDAS (Reuters) – A Venezuela pediu nesta quarta-feira ao Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas que avalie a duradoura guerra civil da vizinha Colômbia, que segundo Caracas ameaça a paz e a estabilidade de toda a América Latina.
Em carta ao presidente do CS da ONU, o embaixador austríaco Thomas Mayr-Harting, o chanceler venezuelano Nicolás Maduro citou “a grave preocupação do governo da Venezuela com o conflito armado da Colômbia, que constitui (…) uma séria ameaça à paz e à segurança internacionais (…) e deveria ser incluída na agenda de trabalho do Conselho de Segurança”.
Neste mês a Colômbia enviou carta ao CS denunciando supostas ameaças bélicas de Caracas. O Conselho não tomou providências.
Nos últimos meses houve um aumentou da tensão na fronteira de 2.200 quilômetros entre os dois países, onde há grande presença de guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), grupo que há mais de quarenta anos tenta derrubar o governo de Bogotá. O tráfico de armas e drogas e o contrabando são outros problemas da região.
O embaixador da Venezuela na ONU, Jorge Valero, disse a jornalistas na sede da entidade, em Nova York, que “a situação na região foi agravada pela instalação de sete bases militares dos EUA em território colombiano”.
Segundo ele, uma maior presença militar dos EUA “transforma a Colômbia em um país submetido a uma potência estrangeira” e permite que Washington se aproveite para realizar “espionagem e vigilância” contra o seu país. Bogotá e Washington afirmam que o acordo militar se destina apenas ao combate às guerrilhas e ao narcotráfico.
Valero não detalhou que medidas concretas Caracas gostaria que o Conselho tomasse. Tampouco se sabe se os 15 membros do CS esteariam dispostos a discutir uma questão vista em geral como bilateral.
Na semana passada, o presidente colombiano, Alvaro Uribe, descartou qualquer retaliação militar contra a Venezuela depois de tropas venezuelanas dinamitarem duas pontes para pedestres na fronteira. Caracas diz que as pontes eram usadas por traficantes e contrabandistas.
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, orientou recentemente as Forças Armadas e a população a se “prepararem para a guerra”. Valero reiterou esse estado de prontidão. “Nosso governo tomará as medidas necessárias para salvaguardar (…) a segurança da nação, a paz e o bem-estar do povo venezuelano”.

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