Aposentadorias suíças no exterior batem recorde e levantam debate político
Quase um terço das pensões suíças do sistema AHV/AVS é pago a pessoas que vivem fora do país. O crescimento constante desses benefícios no exterior provoca discussões sobre os rumos da previdência.
O número de aposentadorias suíças enviadas ao exterior nunca foi tão alto. Em 2024, mais de 806 mil pessoas residentes fora da Suíça receberam uma pensão do sistema AHV/AVS, 10 mil a mais que no ano anterior. O dado chama atenção porque representa quase um terço de todos os benefícios pagos no país.
Segundo a Secretaria Federal de Seguro Social (OFAS), a maior parte das pensões vai para países vizinhos, como Itália, Alemanha, França e Áustria, além de Espanha e Portugal. Fora da Europa, Canadá e Estados Unidos concentram os maiores grupos de beneficiários. O fenômeno é explicado por antigos trabalhadores fronteiriços, imigrantes que retornaram a seus países de origem e também por suíços que decidiram viver fora do país.
Esse aumento contínuo reacende debates políticos sobre a sustentabilidade da previdência suíça. Críticos destacam que o valor médio das aposentadorias pagas no exterior é bem inferior ao das pensões na Suíça, mas lembram que o sistema se baseia em um princípio simples: quem contribui hoje terá direito a receber amanhã. O relatório mais recente da OFAS reforça ainda outro ponto sensível: cidadãos estrangeiros contribuem proporcionalmente mais para o AHV/AVS do que recebem, o que evidencia a dependência do sistema em relação à imigração.
>>O artigo abaixo explica, em dados e imagens, como funciona essa realidade e o que ela significa para o futuro da previdência suíça:
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