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Falência de ISL sacode a FIFA

A falência programada da maior empresa de marketing esportivo, ISL, confirmada na segunda-feira, 21/5, deve custar dezenas de milhões à FIFA. E se pergunta se Joseph Blatter, presidente da entidade, não rodaria junto com a empresa que realizou investimentos arriscados, inclusive no Flamengo.

O jornal suíço, “dimanche.ch” saiu com esta manchete interrogativa: “Blatter cairá com o ISL?” E afirma: o fim do império ISL (International Sports and Leisure – esporte internacional e lazer), cria grandes problemas para a Federação Internacional de Futebol.

O semanário suíço traça um histórico da empresa ISL, parceira da FIFA, lembra que Blatter é cria do falecido patrão da entidade, Horst Dassler, que os sucessores de Dassler – além de ficarem seriamente prejudicados pela decisão do Comitê Olímpico Internacional de comercializar pelos próprios meios as olimpíadas, desde 1996 – geriram muito mal a herança.

ISL teria sofrido perda de 650 milhões de francos suíços – cerca de 372 milhões de dólares. Entre os investimentos arriscados, a aquisição, por seis anos, dos direitos sobre o Campeonato Chinês de Futebol por 265 milhões de dólares, 500 milhões de dólares para os direitos de marketing do Flamengo, do Rio de Janeiro, além de outros investimentos em tênis e no automobilismo norte-americano.

As primeiras conseqüências do desmoronamento do império ISL foi cancelamento da Copa do Mundo de Clubes, na Espanha, e nenhum investimento em publicidade no recente torneio de tênis (Masters Series) em Hamburgo.

Outra “conseqüência direta”, apontada pela agência de notícias suíça, é que a FIFA deverá encontrar soluções informáticas para a Copa do Mundo de 2002, soluções que deveriam ser fornecidas por ISL. A Federação Internacional de Futebol vai ter que investir nessa empreitada 120 milhões de francos – 68 milhões de dólares. No final das contas, a estimativa é que a FIFA deva arcar com uma conta de 40 milhões de francos, US$ 23 milhões. (Dois terços devem ser pagos por patrocinadores).

E para enfrentar o “desafio operacional”, indica a agência, a FIFA deve contratar 100 pessoas para sua recém-fundada empresa, “Marketing SA.

Resta ainda uma incógnita: o montante que a entidade vai receber dos direitos de retransmissão das Copas do Mundo de 2002 e 2006, fora da Europa e dos Estados Unidos. O jornal “dimanche.ch” estima “fantasistas” os cálculos dos lucros para a FIFA, principalmente diante de reticências por várias tvs em adquirir direitos de retransmissão cada vez mais elevados.

Tudo isso é visto como conseqüências desestabilisadoras para Joseph Blatter.

J.Gabriel Barbosa.

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