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Zelensky pede unidade entre Europa e EUA para ‘salvar a Ucrânia’

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Em um momento de dúvidas sobre o que Donald Trump fará em seu mandato, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, pediu, nesta quinta-feira (19), de Bruxelas a unidade entre Europa e Estados Unidos para conter a Rússia e “salvar a Ucrânia”.

“Temos que contar com a unidade entre Estados Unidos e Europa. É muito difícil apoiar a Ucrânia sem a ajuda americana e vamos falar sobre isso com o presidente [Donald] Trump quando ele estiver na Casa Branca”, a partir de 20 de janeiro, declarou Zelensky.

“Somente juntos, Estados Unidos e Europa, podem realmente conter [Vladimir] Putin e salvar a Ucrânia”, acrescentou.

Os líderes da UE participaram nesta quinta-feira de uma reunião de cúpula para discutir dois grandes temas: a segurança da Ucrânia e a relação com as novas autoridades da Síria, após a queda de Bashar al Assad em 8 de dezembro.

Este é o último encontro de cúpula entre os governantes da UE antes do retorno de Trump à Casa Branca, em 20 de janeiro.

“Acredito que as garantias europeias não serão suficientes para a Ucrânia. É impossível discutir isto apenas com os líderes europeus, porque para nós, as verdadeiras garantias em qualquer caso, atuais ou futuras, são a Otan”, observou.

Sobre a iminente posse de Trump, Zelensky disse que gostaria de “tê-lo ao lado da Ucrânia” e que espera poder discutir com ele o andamento do conflito.

Nesta quinta-feira, a nova chefe da diplomacia da UE, a estoniana Kaja Kallas, afirmou que “pressionar por negociações prematuras pode ser ruim para a Ucrânia”.

– Manter a unidade –

Para o chefe do governo alemão, Olaf Scholz, “a matança tem que acabar” e é urgente chegar a uma situação “na qual a paz seja possível”.

Trump insinuou que seu novo governo pode cortar a ajuda financeira e militar à Ucrânia. Ele defende um acordo entre ucranianos e russos para acabar rapidamente com o conflito iniciado com a invasão russa em fevereiro de 2022.

A ideia de negociações de paz com a Rússia era descartada pelo governo de Zelensky, mas as pressões aumentaram nas capitais europeias por um fim do conflito, além das dúvidas a respeito do comportamento de Trump.

Zelensky teve uma reunião bilateral na quarta-feira com o presidente da França, Emmanuel Macron, e ambos conversaram sobre a ideia de enviar tropas estrangeiras para a Ucrânia para garantir o cumprimento de um eventual cessar-fogo.

Sobre esta conversa, Zelensky disse que “se estamos falando de um contingente, precisamos ser mais específicos”.

O chefe de governo espanhol, Pedro Sánchez, disse que houve um firme apoio à Ucrânia durante a cúpula, mas que “não vemos o destacamento de tropas espanholas em solo ucraniano”.

Já o presidente do Conselho Europeu, António Costa, declarou que a UE apoia a Ucrânia “para que consiga uma paz integral, justa e duradoura, não qualquer paz, nem uma capitulação”.

– Questão síria –

Embora o conflito na Ucrânia continue sendo a questão mais urgente para os europeus, a queda do governo de Bashar al Assad na Síria colocou em pauta a necessidade de analisar um cenário repleto de incertezas.

Os países da UE agora buscam, contra o relógio, estabelecer contatos com as novas autoridades sírias, em particular com o grupo islamista Hayat Tahrir al Sham (HTS), que tem raízes na rede Al Qaeda e é o principal componente da revolta que levou à queda do governo de Assad.

Até o momento, a UE já determinou a reabertura de sua embaixada em Damasco, a capital síria, apesar de uma certa desconfiança em relação ao HTS.

A UE ainda mantém em vigor sanções a vários setores da economia síria, que datam de anos atrás, e na quarta-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que o bloco deveria considerar suspender as medidas restritivas.

ahg/avl/fp/jc/dd/jb/am

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