Reunião EUA-Venezuela foi ‘positiva e produtiva’ (Departamento de Estado)
A reunião, no Haiti, entre o presidente do Legislativo venezuelano, Diosdado Cabello, e a chanceler Delsy Rodríguez, com o alto diplomata americano Thomas Shannon foi “positiva e produtiva”, afirmou nesta segunda-feira o porta-voz do Departamento de Estado, Jeffrey Rathke.
As conversas “abordaram todos os elementos da nossa relação bilateral. Foram reuniões positivas e produtivas”, disse Rathke a jornalistas.
Rathke só mencionou o encontro entre Shannon e Rodríguez.
Mas o Legislativo venezuelano havia indicado que a chanceler esteve acompanhada de Cabello durante o encontro, que durou mais de uma hora e meia, no sábado, no Haiti, tendo como pano de fundo o processo para recompor os desgastados laços diplomáticos entre Caracas e Washington.
As relações bilaterais, que carecem de embaixadores desde 2010, estão tensas desde março, quando o presidente Barack Obama assinou sanções contra sete funcionários do governo venezuelano em um decreto que se referia à situação do país caribenho como uma “ameaça” para os Estados Unidos.
Cabello qualificou o encontro como “um passo importante para o restabelecimento pleno das relações entre os dois países”, segundo comunicado do Legislativo.
Uma fonte do Departamento de Estado informou que os representantes venezuelanos e americanos foram ao Haiti a convite do presidente Michell Martelly para discutir o apoio de seus países às eleições e aos trabalhos de reconstrução no país.
Cabello, um militar considerado número dois do chavismo e que acompanhou o falecido Hugo Chávez (1999-2013) durante o golpe de Estado de fevereiro de 1992, esteve no centro da polêmica durante as últimas semanas, após ser investigado pela justiça federal americana por crimes de narcotráfico e lavagem de dinheiro, segundo informações publicadas pelo jornal The Wall Street Journal.
De acordo com o jornal, a justiça americana investiga Cabello por supostamente “ter transformado a Venezuela em um centro global de tráfico de cocaína e lavagem de dinheiro”, citando uma “dúzia de fontes ligadas ao caso”.
Para Maduro, Shannon é um funcionário conhecido desde a época em que era chanceler da Venezuela, entre 2006 e 2013, e se reuniu pelo menos uma vez com o presidente nas duas visitas que fez a Caracas nos últimos dois meses.