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Vacina para gripe da última temporada protegeu uma em cada cinco pessoas

(Arquivo) Foto tirada em 5 de novembro de 2014 mostra enfermeira segurando seringa com vacina para gripe, em San Pablo, Califórnia afp_tickers

A vacina contra a gripe da última temporada protegeu apenas uma em cada cinco pessoas, e este ano poderia ser igualmente ineficaz, disseram pesquisadores nesta segunda-feira.

A razão pela qual apenas 20% a 30% das pessoas foram protegidas pela vacina contra a gripe em 2016-2017 foi uma mutação na cepa H3N2 do vírus, que não apareceu na vacina produzida em massa, que é cultivada usando ovos, disse o estudo publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.

As vacinas contra a gripe funcionam fornecendo proteínas purificadas da camada externa do vírus morto da gripe, o que prepara o sistema imunológico para combater uma nova invasão.

Mas se um vírus muda e a vacina não muda para acompanhá-lo, a eficácia é perdida, disse o autor principal do estudo, Scott Hensley, professor associado de microbiologia da Universidade da Pensilvânia.

“A vacina de 2017 que as pessoas estão recebendo agora tem a mesma cepa do H3N2 que a vacina de 2016, então este pode ser outro ano difícil se esta temporada for dominada pelos vírus H3N2 novamente”.

A maioria das proteínas da vacina contra a gripe é purificada a partir de um vírus cultivado em ovos de galinha.

De acordo com o estudo, uma cepa do vírus H3N2 com uma proteína da camada externa diferente surgiu durante a temporada de gripe de 2014-2015, e esta versão do H3N2 continua predominante hoje.

A vacina contra a gripe administrada na última temporada foi atualizada para incluir a nova versão desta proteína, mas Hensley e colegas descobriram que a versão cultivada em ovos dessa proteína adquiriu uma nova mutação.

Os pesquisadores descobriram que os anticorpos provocados pela vacina de 2016-2017 em furões e seres humanos “fizeram um mau trabalho em neutralizar os vírus H3N2 que circularam no ano passado”, disse o estudo.

No entanto, quando uma versão da vacina de 2016-2017 produzida sem ovos foi administrada em furões e pessoas, os anticorpos “conseguiram reconhecer e neutralizar efetivamente o novo vírus H3N2”.

Hensley disse que as descobertas mostram que um novo método precisa ser desenvolvido para uso generalizado.

“Os vírus H3N2 atuais não crescem bem em ovos de galinha, e é impossível cultivar esses vírus em ovos sem mutações adaptativas”, afirmou.

“Nossos dados sugerem que devemos investir em novas tecnologias que nos permitam acelerar a produção de vacinas contra a gripe que não dependem dos ovos”, disse Hensley.

No entanto, ele pediu que as pessoas tomem a vacina contra a gripe este ano.

“Alguma proteção contra o vírus H3N2 é melhor do que nada, e outros componentes da vacina, como o H1N1 e a influenza B, provavelmente fornecerão uma excelente proteção neste ano”, afirmou.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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