Navigation

Presidente do Peru pede antecipação de novo julgamento de impeachment para evitar instabilidade

O presidente do Peru, Martin Vizcarra, concede uma entrevista coletiva no Aeroporto Internacional Jorge Chavez em Callao, Peru, em 05 de outubro de 2020 afp_tickers
Este conteúdo foi publicado em 04. novembro 2020 - 22:18 minutos
(AFP)

O presidente peruano, Martín Vizcarra, pediu ao Congresso que realize o julgamento de impeachment por suposta corrupção na sexta-feira, em vez da próxima segunda-feira como planejado, para acabar com o clima de incertezas no país atingido pela pandemia.

“Pedimos ao Congresso que reconsidere a data e consiga agendar a defesa do Presidente da República, como data possível, sexta-feira, 6 de novembro”, diz a carta enviada nesta quarta-feira (4) ao presidente do Congresso, Manuel Merino, e divulgada por Vizcarra.

“Acreditamos que é necessário dar ao país uma decisão final sobre as autoridades que governarão seus destinos até 28 de julho de 2021 (...) e não mergulhar o país em uma situação de instabilidade por um período mais longo”, acrescentou o presidente para justificar o seu pedido.

O Congresso está programado para receber Vizcarra em 9 de novembro para debater uma nova moção de impeachment contra ele, a segunda desde que em 18 de setembro foi bem-sucedido em outra acusação por obstruir uma investigação parlamentar e da promotoria sobre suposto tráfico de influência.

A segunda moção foi apresentada pelo partido populista minoritário União pelo Peru (UPP), a partir de declarações de dois empresários que asseguraram ao Ministério Público que pagaram duas propinas a Vizcarra em troca de contratos de obras públicas quando o presidente era governador de Moquegua, em 2014.

Os valores dos supostos subornos chegam a 2,3 milhões de soles (cerca de 623 mil dólares).

O caso está sendo investigado pelo Ministério Público desde 2018.

Vizcarra nega ter recebido pagamentos e atribui o pedido a uma manobra para afetar as eleições de abril de 2021.

O Congresso é composto por 130 legisladores e são necessários 87 votos para remover Vizcarra.

A falta de partido e bancada no Congresso torna o presidente peruano politicamente fraco.

“Não podemos trocar um presidente por uma denúncia que não foi apurada, que está sob investigação preliminar”, destacou o primeiro-ministro Walter Martos, em um pedido de reflexão ao Congresso.

“Toda pessoa tem direito à presunção de inocência, só pode ser culpada após ser julgada o que acontece se após o julgamento acabar sendo inocentado e o governo do país já tiver sido rompido?”, acrescentou.

A vacância será debatida em um país bastante castigado pelo coronavírus, com 34.623 mortes e 908.902 infecções desde março, o que expõe a precariedade do sistema de saúde.

Além disso, a economia peruana deve sofrer uma queda de 12,5% neste ano devido a um confinamento de mais de 100 dias que paralisou o país.

O Peru realizará eleições presidenciais e legislativas conjuntas em 11 de abril de 2021. Vizcarra termina seu mandato em 28 de julho do mesmo ano.

Partilhar este artigo

Modificar sua senha

Você quer realmente deletar seu perfil?