
Maconha continua proibida para estudos científicos

O parlamento suíço rejeitou uma moção para permitir o uso de maconha em estudos científicos que pesquisam os efeitos da droga. Os oponentes viram a moção como um caminho para a liberalização.
Depois de uma vitória apertada nos debates de comissão parlamentar, a moção foi rejeitada na Câmara dos Deputados por outra pequena margem: 96 votos a 93, com duas abstenções.
O partido popular suíço e os democratas cristãos votaram em massa contra a ideia, que viam como um caminho implícito para liberalizar o consumo da maconha.
Os defensores do projeto, que pretendiam disponibilizar a maconha para estudos acadêmicos sobre os efeitos de versões prescritas da droga, afirmaram que isso permitiria uma melhor compreensão de possíveis problemas sociais e de saúde.
A votação aconteceu após uma decisão federal de novembro de 2017 para impedir um estudo da Universidade de Berna – solicitado pelas autoridades da cidade – sobre possíveis efeitos da venda regulamentada da maconha em farmácias.
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Na época, o Departamento Federal de Saúde Pública (apesar de não rejeitar o projeto em princípio) disse que a solicitação não poderia ser concedida porque “a legislação atual sobre drogas não permite o uso de maconha por razões não médicas […] Para tal estudo ser permitido, a lei teria que ser complementada por uma provisão legal especial para projetos pilotos científicos”, declarou.
A decisão eliminou a possibilidade, por enquanto, de tal disposição legal ser promulgada.
É proibido plantar, consumir e comercializar maconha na Suíça. Em 2008, quase dois terços dos eleitores suíços rejeitaram uma iniciativa popular pedindo a descriminalização do consumo.
Enquanto isso, a maconha legalizada tornou-se um negócio florescente na Suíça desde a decisão de 2011 de permitir que adultos comprem e usem maconha com até 1% de tetrahidrocanabinol (THC) – o ingrediente ativo que estimula os fumantes.

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swissinfo.ch/fh

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