
Cruz Vermelha se prepara para mediar libertação de reféns e detidos entre Israel e Hamas

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) anunciou que participará da operação que prevê a libertação de dezenas de reféns israelenses e de quase dois mil detidos palestinos. A organização prepara uma complexa operação logística em meio à insegurança em Gaza e alerta que, apesar do acordo, ainda não há cessar-fogo nem garantia de entrada ampla de ajuda humanitária
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“A situação oferece uma oportunidade para salvar vidas e reduzir o sofrimento”, disse Mirjana Spoljaric, presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) sobre o acordo entre Israel e o Hamas. A equipe do CICV na Faixa de Gaza, na Cisjordânia e em Israel ajudará a reunir reféns israelenses e detidos palestinos com suas famílias, nos termos do acordo.
“Do ponto de vista logístico e de segurança, isso é enorme em comparação com o que pudemos fazer no passado”, disse Christian Cardon, porta-voz da organização, à agência de notícias suíça Keystone-SDA. O acordo prevê o retorno de 47 reféns, vivos ou mortos, e mais de 1.900 detidos palestinos, em um prazo que antecipa a operação para a próxima segunda ou terça-feira.
“Há um desejo de agir rapidamente” entre as partes em conflito, acrescentou o porta-voz, enfatizando que o CICV está pronto para fornecer o apoio necessário.
“A pressão é enorme e temos que estar preparados para qualquer surpresa de última hora”, disse. Delegados, bem como especialistas médicos e psicológicos, estarão em ação.

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Cautela
A organização continua cautelosa. “Ainda não há cessar-fogo, nem libertações, nem entrada maciça de ajuda humanitária”, ressalta Cardon. “Tudo isso ainda é hipotético”, acrescentou.
O CICV também espera poder entregar ajuda à Faixa de Gaza em total segurança. Na quinta-feira, a organização conseguiu distribuir equipamentos médicos e medicamentos na cidade de Gaza ao hospital do Crescente Vermelho Palestino pela primeira vez desde a saída temporária de sua equipe desta parte norte do território palestino, há dez dias.
O porta-voz falou da “angústia das famílias que ainda estão presentes”. Algumas recusaram-se a seguir a ordem israelense de evacuar a cidade de Gaza. Seja porque não têm condições de fazê-lo, seja porque querem ficar perto dos escombros de suas casas, onde ainda podem estar corpos que não puderam ser recuperados.
Garantir o acesso
A partir de agora, insiste o porta-voz, “todos devem ter acesso” à assistência em todo o país, incluindo os idosos.
“Os próximos dias serão cruciais”, afirma a presidente da organização. Ela apelou às partes do acordo para que honrem os seus compromissos relativos ao cessar-fogo, ao regresso dos reféns e detidos e à assistência humanitária.
Adaptação: Fernando Hirschy

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