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Ciclista que ia a Atenas estava dopado

Oscar Camenzind anunciou o fim da carreira diante da imprensa. Keystone

O líder da equipe suíça de ciclismo não vai mais a Atenas. Num controle feito durante um treino, em 22 de julho, Oscar Camenzind estava dopado com EPO.

Ele foi excluído da equipe olímpica e demitido da equipe profissional que o empregava. Aos 33 anos, o própio Camenzind anunciou o fim de sua carreira profissional.

É um golpe duro para a delegação suíça, há quatro dias do início dos Jogos de Atenas. O mais experiente e líder da equipe de ciclismo, Oscar Camenzind, foi pego com EPO dia 22 de julho, quando treinava.

O que é a EPO

A EPO é uma substância que aumenta a quantidade de glóbulos vermelhos no sangue e, pelo menos teoricamente, o desempenho do atleta.

Campeão do mundo em 1988, aos 33 anos, o próprio ciclista anunciou o fim de sua carreira profissional, diante da imprensa. Ele já reconhecra implicitamente o erro ao renunciar a um segundo exame ao qual teria direito.

Ao encerrar voluntariamente a carreira, Camenzind poderá não ser punido com dois anos de suspensão, como previsto pelas instâncias nacionais e internacionais.

Responsabilidade

“Fiz uma asneira e tenho que pagar por ela. Quero pedir desculpas aos meus colegas, aos meus fãs e à minha família”, declarou o ciclista em coletiva à imprensa, em Lucerna, terça-feira (10.7)

Nos Jogos Olímpicos, ele será substituido por Gregory Rast para a prova de ciclismo em estrada a ser disputada dia 14.

“Quando o inspetor veio me controlar dia 22, sabia que ia dar positivo”, explicou Camenzind. “Eu mesmo havia injetado a EPO, cinco dias antes”, acrescentou.

Oscar Camenzind também perdeu o emprego pois seu contrato profissional com a equipe suíça Phonak foi imediatamente resiliado. “Para nós é uma catástrofe”, afirmou o diretor esportivo da Phonak, Jacques Michaud. Camenzind ainda tinha mais um ano de contrato.

Um campeão do mundo

“Fizemos tudo para que a equipe tivesse uma bela imagem e agora essa bomba nos cai na cabeça, prejudicando todo mundo. É triste ver Oscar terminar a carreira de maneira tão triste”, afirmou Michaud ao jornal Le Matin, de Lausanne.

Em nove anos de profissionalismo, o suíço ganhou 21 provas. Foi campeão do mundo em 1988 em Valkenburg (Holanda) e ganhou, entre outras, a volta da Suíça francesa, a volta da Lombardia (Itália e a Liège-Bastogne-Liège (Bélgica.

O último caso de dopagem envolvendo corredores suíços foi na volta da França, em 1988, na equipe Festina, quando Alex Zülle, Laurent Dufaux e Armin Meier confesseram, em interrogatório da polícia francesa, que haviam tomado EPO.

Eles foram suspensos por oito meses pela Associação Suíça de Ciclismo e pela União Ciclista Internacional.

swissinfo e agências.

– Nascido em 1971, em Gersau (Schwytz), Oscar Camenzind começou a carreira profissional em 1996, em ciclismo de estrada.

– Equipes: Panaria (l996), Mapei (1997-1998), Lampre (1999-2001), Phonak (desde 2002).

– Ele foi campeão do mundo em 1998 e ganhou 21 provas 9 anos de carreira.

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