Guerra bacteriológica ameaça o planeta
O alerta é do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), em Genebra, ao final da conferência "a Biotecnologia, as Minas e a Humanidade".
Em julho de 2002, cientistas criaram um virus da poliomielite com material comprado por correspondência e a fórmula química encotrada na Internet.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) pede que os cientistas adotem códigos de ética severos e que os Estados reforcem as leis que proibem as armas biológicas.
Vírus perigosos
O apelo foi lançado ao final de uma conferência de dois dias que reuniu cientistas e diplomatas na sede do CICV, em Genebra. A organização está preocupada que os “progressos fulgurantes da ciência” sejam usados como armas de guerra.
“Os germes poderiam muito bem substituir as balas”, afirma Peter Herby, do CICV. Depois dos ataques de antrax dentro dos Estados Unidos, os riscos aumentam de que, no futuro, “armas genéticas” sejam usadas contra grupos étnicos ou raciais, com vírus muito perigosos como o da febre tifóide ou da “varíola de rato” criado acidentalmente em laboratório.
O risco é que amostras de vírus “vazem” de laboratórios e sejam reproduzidos para fins bélicos, sem muita dificuldade segundo cientistas.
Reforçar a proibição
O receio de que se perca o controle da ciência foi ilustrado em julho último quando cientistas criaram um vírus da poliomielite (paralisia infantil), doença quase erradicada do planeta, a partir de seqüências de ADN compradas pelo correio e de uma fórmula química encontrada na Internet.
O CICV gostaria que a comunidade internacional adotasse uma declaração, em 2003, reafirmando o Protocolo de Genebra de 1925 e a Convenção da ONU de 1972, que proíbem as armas biológicas. Mesmo assim, se sabe que vários países tentam fabricar ou já dispõem dessas armas.
Direito humanitário
Em novembro, os 144 países que ratificaram a Convenção da ONU de 1972 vão se reunir em Genebra. As negociações estão paradas há 10 anos e não avançarão na próxima reunião porque a questão das armas biológicas está incluída nos tratados de desarmamento.
A estratégia do CICV seria extrair esse capítulo dos negociações do desarmamento para incluí-lo nas Convenções de Genebra sobre o direito humanitário.
swissinfo
CICV alerta:
– Pode-se perder o controle da ciência
e defende:
– reforço de um protocolo e de uma convenção que proibem as armas biológicas
– Adoção de códigos de ética estritos entre cientistas
– Inserir a proibição das armas biológicas no direito internacional humanitário
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