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Papiliorama, o mundo das borboletas

A borboleta-coruja (Caligo eurilochus brasiliensis) impressiona todos os visitantes. swissinfo.ch

O pequeno zoológico do vilarejo próximo à Berna oferece como principal atração mais de mil borboletas. Os insetos vivem numa gigantesca estufa, onde crescem palmeiras e outras plantas tropicais.

No “Nocturama”, outra das atrações, o visitante pode também viver de perto a vida noturna das florestas tropicais. Durante a visita, centenas de morcegos voam pelas suas cabeças.

A notícia foi manchete de vários jornais da Suíça em 2 de dezembro de 2006: quarenta filhotes de jibóia nasceram no Papiliorama, um pequeno zoológico instalado em Kerzers, vilarejo distante poucos quilômetros de Berna, a capital helvética.

Alguns funcionários deram entrevistas à imprensa sem esconder o orgulho pelo feito. “Essa foi a terceira reprodução de jibóias em cativeiro na Suíça. A dificuldade está em encontrar as condições ideais para o animal”, revelou Chantal Derungs Jakob, bióloga do Papiliorama.

A mãe dos rebentos é uma jibóia de 80 quilos, que vive no local desde 1998. Hoje a família vive num pequeno lago do “Nocturama”, outra das atrações do zoológico.

Uma atração turística “diferente”

O Papiliorama foi criado pelo casal de holandeses Maarten e Catheline Bijleveld van Lexmond. O principal objetivo era sensibilizar adultos e crianças para a destruição crescente das florestas tropicais. Ao invés de abrir um zoológico, o biólogo e ativista ecológico Maarten decidiu construir um grande viveiro de borboletas vivas, onde os insetos circulam livremente num ambiente natural.

O primeiro Papiliorama foi aberto em 1988 em Marin, vilarejo do cantão de Neuchâtel. No reveillon de 1995, ele terminou destruído por um grande incêndio. Como explica o site da fundação, uma campanha pública de solidariedade conseguiu reunir recursos suficientes para reconstruir em 2003 um novo parque de exposições, mas dessa vez em Kerzers. Em 2001 o casal decidiu passar para o filho Caspar, 37 anos, a direção do Papilioarama.

Hoje o parque recebe 220 mil visitantes por ano. A principal atração é o próprio Papiliorama, instalado dentro de uma estrutura esférica com 40 metros de comprimento e 14 metros de altura. No espaço vivem mil borboletas de 60 diferentes espécies originárias de várias regiões tropicais do mundo. O ambiente é completado por dezenas palmeiras (16 espécies), flores, outras plantas exóticas e também uma pequena população de colibris europeus, que até se reproduzem no espaço.

Ciclo de vida e morte

Um dos pontos altos uma exposição especial dedicada ao ciclo completo de vida e morte das borboletas. Insetos de dez espécies se reproduzem naturalmente no espaço do pavilhão e podem ser observados in loco pelos vários grupos de escolares que visitam regularmente o Papiliorama.

O segundo pavilhão do centro é o Nocturama. Ele é coberto por telas especiais que filtram a luz do sol dando no interior uma impressão de noite de luar. No espaço vivem diversas espécies de animais noturnos que povoam as florestas tropicais como morcegos, bichos-preguiça, tatus, jibóias, macacos-da-noite.

Não são poucos os visitantes que têm um grande susto ao caminhar pelos caminhos subterrâneos do local e descobrir que no teto estão pregados centenas de morcegos. Quando alguém se aproxima ou faz um ruído, os animais voam em outras direções passando por cima das cabeças.

Além das duas principais atrações, o centro oferece também um pequeno zoológico com animais que podem ser tocados como porcos, cabras, coelhos, patos, galinhas e até asnos. Outro ponto de interesse é o jardim de borboletas suíças, criados para mostrar aos visitantes a natureza local. O espaço está aberto apenas durante a primavera.

Sonhos futuros: “Jungle Trek”

Para o futuro o Papiliorama tem planos audaciosos. A fundação quer construir o “Jungle Trek”, uma nova atração na forma de uma cúpula com altura máxima de 18 metros, onde será construída uma réplica de uma floresta tropical da América Central.

Nela estarão expostos animais vivos como tucanos, jacarés, jaguarundis (um felino semelhante à jaguatirica, pequenos roedores, além da vegetação típica. A inspiração vem da reserva florestal de Shipstern, com 11 mil hectares e mantida pela fundação Papiliorama em Belize.

O custo da obra foi avaliado em 1,8 milhões de francos suíços (US$ 1,4 milhões). Segundo o idealizadores, um terço da soma já foi arrecadada. O restante deverá ser vir de particulares, empresas e governos locais. A campanha já está aberta e permite aos doadores ter vantagens como um ano de acesso livre ao Papiliorama.

swissinfo, Alexander Thoele

O Papiliorama está aberto diariamente (com exceção de 25 de dezembro e 1 de janeiro), das 9 às 18 horas.
Preços: 14 francos (adultos), 12 francos (estudantes e idosos) e 7 francos (crianças entre 4 e 15 anos).
Tel: 0041 – 31 – 756-0461
O acesso é através da rodovia ou por trem.

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