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Bancos foram negligentes com ditador nigeriano

Seis bancos suíços cometeram "erros graves ou comportamentos individuais errôneos" ao aceitarem depósitos do ex-ditador nigeriano Sani Abacha. A constatação é da Comissão Federal de Bancos, após investigar 19 bancos. US 660 milhões estão bloqueados.

O caso do ex-ditador da Nigéria Sani Abacha (morto em 1998) é o mais grave dos últimos anos em termos de imagem da praça financeira suíça. 660 milhões de dólares, supostamente dinheiro público, estão bloqueaos em vários bancos da Suíça a pedido do governo nigeriano. A família do general também depositou fortunas em outros países europeus.

Depois de 8 meses de inquérito em que investigou 19 bancos, a Comissão Federal de Bancos (CFB), órgão de controle na Suíça, divulgou um relatório classificando as instituições investigadas em três categorias:

– 5 bancos tiveram comportamento “inatacável” nesse caso, cumprindo à risca a legislação seja recusando abrir contas a Abache ou então denunciando os depósitos suspeitos às autoridades, o que é exigido por lei na Suíça;

– 6 bancos apresentaram falhas, embora não suficientes para serem sancionados. A CFB informou-os e pediu providências.

– 6 bancos, três deles membros do Grupo Crédito Suíço (segundo maior do país) tiveram “deficiências graves”. A esses bancos a CFB ordenou processos de revisão interna e vários funcionários foram demitidos. Em alguns casos, segundo a CFB, contas foram abertas sabendo que se tratava da família do ex-ditator nigeriano. Dois outros bancos ainda estão sendo investigados.

O caso tem dimensões internacionais pois, segundo a CFB, houve transferência de bancos suíços para bancos de outros países (Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Luxemburgo e Liechtenstein).

O Grupo Crédito Suíço reagiu afirmando de ter sido culpado nesse caso e que medidas internas severas foram tomadas para que casos como esse “não se repitam”. O CS teria aceito 214 milhões de dólares em depósitos de Abacha.

O ministro suíço das Finanças, Kaspar Villiger, elogiou o relatório da CFB afirmando que “a praça financeira suíça não precisa desse tipo de capital”. A CFB encerra reafirma que, até agora, a Suíça é o único país que tem regras obrigando a identificação dos clientes pelos bancos e a denúncia de operações consideradas suspeitas às autoridades.

swissinfo com agências.


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