Ex-prefeita de Lima é presa no caso Odebrecht
Um juiz peruano mandou para prisão preventiva por 18 meses a ex-prefeita de Lima Susana Villarán, nesta terça-feira. Ela é acusada de ter recebido contribuições ilegais de campanha das construtoras brasileiras Odebrecht e OAS.
Em um escândalo de corrupção que atinge quatro ex-presidentes peruanos, a procuradoria acusa Villarán de ter recebido dinheiro da Odebrecht para financiar a campanha de um referendo sobre a revogação de seu mandato, em 2013, que ela venceu, e da OAS para sua tentativa de se reeleger em 2014, que não prosperou.
O juiz Jorge Chávez, do Terceiro Juri de Investigação Preparatória Especializado em Delitos de Corrupção, decretou a “prisão preventiva por 18 meses contra a cidadã Susana Villarán”.
“Existe obstrução e ocultamento de provas” por parte de Villarán, bem como “risco de fuga”, acrescentou o juiz para fundamentar sua decisão.
O Ministério Público tinha pedido 36 meses de prisão preventiva para a ex-prefeita, mas o juiz só concedeu metade deste tempo.
A procuradora Angela Zuloaga, que pediu a prisão de Villarán nesta sexta, disse que o ex-diretor da Odebrecht no Peru, o brasileiro Jorge Barata, afirmou que entregou 3 milhões de dólares para a ex-prefeita.
“Jorge Barata garantiu que a então prefeita lhe agradeceu pela contribuição”, acrescentou a procuradora ao juiz Chávez.
O dinheiro da Odebrecht e da OAS “não foi de graça, mas em razão de duas obras” públicas, afirmou a procuradora.
Ativista de esquerda e católica, Villarán admitiu ter recebido dinheiro de campanha das empresas brasileiras. A ex-prefeita declarou que estava pronta para ser presa.
“Não sou do tipo de pessoa que foge, que evade a Justiça. Sou uma pessoa que dá a cara. Tenho uma família a quem respondo com a verdade, dando a cara, acredito na Justiça, nunca vou fugir da Justiça”, disse em audiência.
Villarán foi prefeita de Lima em 2010-2014 e a procuradoria a acusa de associação ilícita, suborno e lavagem de ativos.