Órfãos os partidários da Europa

Defensores da adesão suíça a UE sentem-se órfãos com a morte de David de Pury, diplomata e empresário. Partidário do ingresso da Suíça na União Européia, defensor de teses liberais em controvertido "Livro Branco", de Pury é apresentado como visionário.
“Fulminante câncer” do pâncreas matou David de Pury aos 57 anos, em menos de 2 semanas. Personalidade conhecida desde que chefiou delegação suíça entre 1986 e 1991 nas negociações da Rodada Uruguai do GATT (Acordo Geral de Tarifas e Comércio que virou OMC, Organização Mundial de Comércio).
Advogado de formação, diplomata, David de Pury trocou em 1991 a diplomacia – chegou a ser embaixador em Washington – pela economia privada. Foi quando presidiu Brown Boveri antes da reestruturação do grupo, hoje ASEA-Brown Boveri (depois da fusão desta última com a empresa sueca).
Em 1995 tornou-se uma figura controvertida ao assinar juntamente com dois professores da prestigiosa Escola Superior de St-Gallen (considerado um “antro do liberalismo”) o chamado “Livro Branco” que defendia teses liberais, embora moderadas. Reivindicava quebra de certos monopólios estatais, diminuição das despesas públicas, reformas que já se vem concretizando na Suíça.
O “Livro Branco” foi considerado também um manifesto que traduzia a impaciência dos meios econômicos com a lentidão da máquina política.
David de Pury era igualmente um “fiel defensor da causa européia”. Procurava acelerar a adesão da Suíça à União Européia em que via uma maneira de o país se desenvolver melhor.
Em 1997 ele havia assinado um outro manifesto “Nés en 1848” – “nascidos em 1848”, data da criação da Suíça moderna – por justamente o ingresso do país no grupo dos 15.
Os defensores da causa européia dizerem se sentir verdadeiramente órfãos…
David de Pury era casado com uma peruana e tinha dois filhos adotados.
swissinfo com agências.

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