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Guatemala é aliada dos EUA ‘apesar’ do governo Biden, diz Giammattei

O presidente da Guatemala, Alejandro Giammattei Falla, discursa na 76ª sessão da Assembleia Geral da ONU em 22 de setembro de 2021, em Nova York afp_tickers

A Guatemala se considera um aliado dos Estados Unidos “apesar” do governo de Joe Biden, disse o presidente guatemalteco, Alejandro Giammattei, nesta segunda-feira (6), depois que seu país ficou de fora da Cúpula pela Democracia organizada pela Casa Branca.

“A Guatemala continuará sendo, em meu governo, uma aliada e amiga dos Estados Unidos da América, mesmo apesar deste governo”, disse Giammattei, em visita a Washington.

Convidado pelo conservador centro de estudos Heritage Foundation para falar sobre a relação bilateral, o presidente não mencionou a exclusão da Guatemala do encontro virtual que Biden oferecerá nos dias 9 e 10 de dezembro.

Mas ele destacou a continuidade das instituições democráticas na Guatemala por 36 anos, após a guerra civil que abalou o país desde os anos 1960.

“Ninguém pode questionar que hoje a Guatemala é uma democracia estável, com eleições livres, limpas e consecutivas”, disse Giammattei.

O presidente guatemalteco também destacou o alinhamento da Guatemala com os Estados Unidos, principal fonte de investimento estrangeiro direto e principal parceiro comercial da nação centro-americana.

Como exemplo, apontou as relações diplomáticas com Taiwan e não com a China, o não reconhecimento dos governos de Nicolás Maduro na Venezuela e de Daniel Ortega na Nicarágua e a oferta de território guatemalteco para as forças americanas no combate às drogas.

Ele também mencionou a relação “estreita” com Israel e a declaração do movimento Hezbollah como um “grupo terrorista”.

“Nós nos consideramos um país aliado e amigo, embora haja funcionários deste governo que não o entendem em sua verdadeira e justa dimensão”, disse Giammattei.

– A droga, “o principal corruptor” –

O presidente insistiu em que a Guatemala aposta em ser uma liderança regional e o “único” parceiro dos Estados Unidos na América Central, ao participar mais tarde do 20º Fórum Parlamentar de Inteligência e Segurança, uma iniciativa do empresário americano Robert Pittenger, ex-legislador republicano, para debater os desafios de segurança internacional.

“O narcotráfico, o tráfico de seres humanos, o tráfico de armas são temas essenciais nas agendas bipartidárias”, reforçou Giammattei, após afirmar que “a droga é o principal corruptor”, que ameaça as eleições livres de qualquer nação e que deve ser combatida não só a oferta, mas também a demanda.

E prometeu: “continuaremos sendo um aliado dos Estados Unidos, respeitando os direitos humanos e respeitando as entidades investigadoras para que façam seu trabalho, apesar de que funcionários da atual administração não entendam assim”.

A Guatemala é um dos oito países americanos não convidados à Cúpula pela Democracia convocada por Biden, assim como Bolívia, Cuba, El Salvador, Haiti, Honduras, Nicarágua e Venezuela.

O responsável pelos assuntos latino-americanos do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Juan González, afirmou na quinta-feira que a Guatemala é uma democracia que enfrenta “alguns desafios”.

“Estamos muito preocupados com a corrupção generalizada na Guatemala”, disse ele, apontando em particular “as ações” da procuradora-geral, Consuelo Porras, além de “ameaças à sociedade civil”.

O governo Biden identificou uma série de “atores corruptos e não democráticos” na Guatemala, incluindo Porras, a quem impõe restrições de visto para entrar nos Estados Unidos.

Giammattei será recebido nesta terça-feira pelo Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA).

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