The Swiss voice in the world since 1935

Líder da oposição bielorrussa Tikhanovsky é libertado após cinco anos de prisão

afp_tickers

Sergei Tikhanovsky, um dos principais líderes da oposição bielorrussa, foi libertado neste sábado(21) junto com outros 13 presos políticos, vítimas da repressão após as eleições presidenciais de 2020 em Belarus, país liderado há mais de três décadas por Alexander Lukashenko.

Tikhanovsky foi candidato às eleições presidenciais bielorrussas de agosto de 2020 contra o atual líder, Alexander Lukashenko, mas foi preso semanas antes do pleito.

Sua esposa, Svetlana Tikhanovskaya, que assumiu a luta de seu marido, publicou um vídeo dele sorrindo e a abraçando após sua libertação, com a palavra “LIVRE” escrita na legenda.

Mais tarde, no X, agradeceu ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e aos “aliados europeus” por terem ajudado a libertar seu marido.

“O presidente [Lukashenko] decidiu indultar 14 condenados. Foi um pedido do presidente dos Estados Unidos”, disse a porta-voz da Presidência de Belarus, Natalia Eismont, à agência de notícias russa Tass.

Trump pareceu aceitar esse reconhecimento ao publicar em sua rede Truth Social: “Obrigado presidente Trump!”, junto de um link para uma notícia sobre a libertação.

A ONG Viasna publicou imagens Tikhanovsky após sua libertação nas quais o homem de 46 anos aparecia irreconhecível, com a cabeça raspada e o rosto magro. 

Além do líder opositor, outras 13 pessoas foram libertadas, incluindo o jornalista da Radio Liberty, Igor Karnei, preso em 2023 por participar de uma organização “extremista”, uma professora universitária, um empresário e um ativista anarquista, segundo a Viasna. 

Todos estão agora na Lituânia, onde recebem “cuidados adequados”, disse o ministro das Relações Exteriores da Lituânia, Kestutis Budrys, que enfatizou o papel “decisivo” dos Estados Unidos nessas libertações. 

Antes do anúncio surpresa, Lukashenko se encontrou em Minsk com o enviado especial dos Estados Unidos, Keith Kellogg, na visita de mais alto nível de uma autoridade americana ao país autoritário em anos. 

Governado com mãos de ferro por Lukashenko desde 1994, Belarus proibiu todos os movimentos de oposição e é o único país europeu que mantém a pena de morte. 

Há mais de 1.000 presos políticos no país, segundo a Viasna.

– ‘Símbolo de esperança’ –

Tikhanovsky foi mantido incomunicável por anos e, em 2023, sua esposa foi informada de que ele havia “morrido”.  

Em 2021, ele foi condenado a 18 anos de prisão por “organizar distúrbios” e “incitar o ódio”, e depois a mais 18 meses por “insubordinação”. 

Tikhanovsky provocou a ira das autoridades ao descrever Lukashenko como uma “barata”, e seu lema de campanha foi “Detenham a barata!”. 

Lukashenko obteve uma vitória esmagadora nas eleições de 2020, um resultado que desencadeou grandes protestos da oposição, reprimidos violentamente pelas autoridades. 

O autocrata bielorrusso conquistou seu sétimo mandato em uma eleição realizada no início deste ano, que os observadores chamaram de farsa. 

Ativistas políticos bielorrussos e líderes estrangeiros comemoraram o anúncio de sua libertação neste sábado. 

A libertação de Tikhanovsky é um “poderoso símbolo de esperança para todos os presos políticos que sofrem sob o regime brutal de Lukashenko”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. 

A Alemanha considerou sua libertação “uma notícia fantástica”.

bur-cad/meb/es/jc/rpr

Mais lidos

Os mais discutidos

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR