Maior banco suíço ameaça transferir sede para EUA
Rumores sobre a mudança do UBS para os Estados Unidos ressurgiram, justamente quando o Senado suíço deve abordar, na segunda-feira, a questão do aumento dos requisitos de capital para instituições consideradas “sistêmicas” na Suíça.
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Já um participante dominante no cenário bancário suíço na época, o banco número um da Suíça tornou-se ainda maior em 19 de março de 2023, quando adquiriu seu concorrente em dificuldades, o Credit Suisse, com a aprovação das autoridades suíças.
A transação criou um gigante com mais de cinco trilhões de dólares em ativos, aumentando os temores sobre a estabilidade da infraestrutura financeira do país em caso de inadimplência.
Em 6 de junho, o governo suíço reformulou suas medidas para instituições consideradas “grandes demais para falir”, revelando um arsenal de 31 medidas a serem implementadas nos próximos 10 anos. Uma das principais medidas — e uma das mais contestadas pelo UBS — obrigará os bancos sistemicamente importantes a cobrir totalmente suas subsidiárias estrangeiras com capital de base do banco controlador.
Um ponto de apoio nos EUA?
Citando fontes anônimas, o site de mídia americano New York Post noticiou neste fim de semana que uma delegação do UBS liderada pelo presidente Colm Kelleher e pelo CEO Sergio Ermotti se reuniu recentemente com autoridades do governo Trump com vistas a uma possível transferência da sede do banco de Zurique para os Estados Unidos, em troca da aquisição ou fusão com uma instituição local.
Os bancos de médio porte PNC Financial e Bank of New York são frequentemente citados como potenciais alvos de aquisição, de acordo com o New York Post.
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O “negócio da China” do UBS está começando a azedar?
Quando questionado pela AWP, o UBS não confirmou nem negou a reunião entre sua alta administração e políticos americanos, nem a suposta intenção do banco de transferir sua sede para o outro lado do Atlântico a fim de evitar os requisitos mais rigorosos na Suíça.
A porta-voz referiu-se a uma declaração recente de Sergio Ermotti, que disse ser “precipitado comentar qualquer cenário potencial, bem como as respostas [que o banco formulará] a exigências verdadeiramente punitivas e excessivas”.
A administração do UBS se opõe frontalmente à chamada “lex UBS”, proposta pelo Conselho Federal no início de junho e debatida no Parlamento durante sua sessão de outono.
Posições irreconciliáveis
O banco com sede em Zurique “apoia, em princípio, a maioria das propostas regulatórias do Conselho Federal”, mas “discorda veementemente do aumento extremo dos requisitos de capital” anunciado pela presidente suíça Karin Keller-Sutter.
De acordo com os cálculos do banco, e tendo em conta a meta de um rácio CET1 entre 12,5% e 13%, seriam necessários 24 mil milhões de dólares (19,1 mil milhões de francos suíços) em capital CET1. Este montante vem somar-se aos 18 mil milhões de dólares de que o UBS necessita após a aquisição do Credit Suisse em 2023.
Antecipando a reação do grande banco, a presidente suíça Keller-Sutter já havia indicado, quando o aperto foi anunciado, que não cabia ao Conselho Federal determinar a localização da sede do UBS, acrescentando que a ameaça de uma saída “não era nova”.
Às 10h30, as ações do UBS subiam 1,7%, para CHF 32,91, liderando o SMI, que registava uma subida marginal de 0,06%.
Adaptação: Fernando Hirschy
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