
Nave espacial com astronautas de Índia, Polônia e Hungria chega à ISS

A cápsula Crew Dragon com astronautas de Índia, Polônia e Hungria em uma missão privada dos Estados Unidos se acoplou na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) nesta quinta-feira (26), marcando o retorno destes países ao espaço após várias décadas.
A missão Axiom 4, que também inclui uma americana, decolou da Flórida na quarta-feira a bordo de um foguete Falcon 9 da SpaceX, empresa espacial de Elon Musk.
A tripulação é composta pelo piloto indiano Shubhanshu Shukla, o polonês Slawosz Uznanski-Wisniewski, o húngaro Tibor Kapu e a americana Peggy Whitson, ex-astronauta da Nasa que agora trabalha para a Axiom Space, uma companhia dos EUA que fornece serviços de voos espaciais privados.
“A nave espacial Dragon se acoplou à @Space_Station às 6h31 ET (1031 UTC)” (7h31 em Brasília), disse a agência espacial americana (Nasa).
Em seguida, os astronautas entraram na estação pela escotilha e foram recebidos pela atual tripulação da ISS em uma breve cerimônia de boas-vindas.
“Estamos honrados de estar aqui, obrigada”, disse Whitson durante uma transmissão ao vivo.
A cápsula, a quinta e última Dragon da frota da SpaceX, foi batizada de “Grace” após entrar em órbita.
A tripulação passará 14 dias na estação, nos quais realizarão cerca de 60 experimentos, sobretudo com microalgas e tardígrados (animais microscópicos conhecidos como ursos d’água).
– Ambições espaciais –
Os últimos voos espaciais de astronautas de Índia, Polônia ou Hungria ocorreram há mais de 40 anos.
Esta missão representa um marco nas ambições espaciais de Nova Délhi. “Foi um voo fantástico”, disse Shubhanshu Shukla após a decolagem. “Não é apenas o início de minha jornada para a Estação Espacial Internacional: é o início do programa espacial tripulado da Índia”, declarou.
Espera-se que sua participação na missão Axiom seja um passo fundamental para o primeiro voo tripulado planejado pela Índia em 2027.
Os três países estão financiando a missão de seus astronautas.
A Polônia investiu US$ 76 milhões (R$ 421 milhões) no voo de seu astronauta, segundo a Agência Espacial Polonesa.
A Hungria anunciou em 2022 que pagaria US$ 100 milhões (R$ 521,7 milhões, na cotação da época) por seu assento.
De acordo com a imprensa indiana, Nova Délhi gastou mais de US$ 60 milhões (R$ 332 milhões, na cotação atual).
A missão estava originalmente prevista para o início de julho, mas foi adiada por problemas técnicos.
Também foi precedida pela disputa entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e Musk, durante a qual o homem mais rico do mundo ameaçou desmontar sua cápsula Crew Dragon. Mas, alguns dias depois, mudou de ideia.
Usada pela Axiom, a cápsula desempenha um papel crucial para a Nasa, visto que é a única espaçonave americana autorizada a transportar astronautas para a ISS.
O conflito entre ambos destacou a interdependência entre o governo dos EUA e a SpaceX, utilizada pela agência espacial americana e pelo Pentágono para enviar tripulações, cargas e satélites ao espaço.
Em declarações no X, Musk disse que tinha ido “longe demais” com algumas de suas críticas a Trump.
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