
Republicanos reforçam ameaça de demissões em massa nos EUA por ‘shutdown’

As consequências da paralisação orçamentária do governo dos Estados Unidos (o chamado ‘shutdown’) serão cada vez mais nocivas, com a possibilidade de demissões em massa de funcionários públicos, voltaram a ameaçar líderes republicanos e um assessor do presidente Donald Trump neste domingo (5).
Este risco tem sido mencionado pelo próprio presidente Trump desde o início do bloqueio orçamentário, na última quarta-feira, pelo qual a maioria republicana e a oposição democrata se culpam mutuamente.
A paralisação do governo federal, que entrará em sua segunda semana nesta segunda-feira, ainda parece longe de uma solução.
Desde sua reunião mal-sucedida na Casa Branca, na última segunda-feira, os principais líderes do Congresso, tanto do Partido Democratas quanto do Republicano, não voltaram a se encontrar, segundo um alto funcionário democrata.
Sua equipe se nega a ceder sobre o tema crucial dos subsídios ao seguro médico.
“Se o presidente acredita que as negociações não vão a lugar nenhum, então as demissões vão começar”, ameaçou, em declarações à CNN, neste domingo, Kevin Hassett, o principal assessor econômico de Donald Trump.
“Mantemos a esperança de que com um novo começo, no início desta semana, possamos convencer os democratas de que o bom senso é evitar tais demissões”, acrescentou.
O líder da maioria republicana no Senado, John Thune, reconheceu, por sua vez, que as duas partes seguiam em ponto morto e sugeriu que mais trabalhadores americanos sofreriam as consequências.
“Isto vai ficar incômodo”, insinuou, em declarações à Fox News, ao mesmo tempo em que confirmou que continuam os diálogos nos bastidores sobre uma possível extensão dos subsídios do “Obamacare”, o programa de seguro de saúde para a classe trabalhadora, aprovado durante a Presidência do democrata Barack Obama.
Mas por quanto tempo pode durar este impasse, sem precedentes em sete anos? “Tanto quanto os democratas quiserem”, respondeu Thune.
Em março, quando a ameaça de uma paralisação já rondava o governo federal, os democratas foram os primeiros a ceder, e uma minoria concordou em votar uma resolução republicana que mantinha estes subsídios por apenas seis meses.
“Se os republicanos continuarem se negando a estender as isenções fiscais” do Obamacare, “dezenas de milhões de contribuintes sofrerão um aumento drástico” de seus custos de atenção médica, declarou à NBC Hakeem Jeffries, líder da minoria democrata na Câmara de Representantes.
Centenas de milhares de funcionários públicos “não essenciais” foram suspensos desde a quarta-feira e não estão recebendo salário.
A menos que sejam demitidos, sua situação deveria se regularizar ao final deste “shutdown”, uma situação extremamente impopular, que durou 35 dias durante o último episódio, no primeiro mandato de Donald Trump na Casa Branca.
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