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Bolívia apreende remessa de balas e diz que destinatário está vinculado a Morales

O ex-presidente da Bolívia Evo Morales durante coletiva de imprensa em Buenos Aires, 21 de fevereiro de 2020 afp_tickers

A polícia boliviana apreendeu 126 mil projéteis, a “maior” apreensão de munição no país, informou nesta quinta-feira (3) o governo, que garantiu que o destinatário está vinculado ao partido do ex-presidente Evo Morales.

“Na segunda-feira, uma patrulha da Força Especial de Combate ao Narcotráfico revistou um caminhão. Nessa busca estavam camufladas 126 mil balas calibre 22, transportadas para a cidade de Santa Cruz (leste) via Chapare”, zona de cultivo de coca onde Morales surgiu como o líder, disse o vice-ministro de Interiores, Javier Issa, em uma entrevista coletiva.

“Esta é a maior apreensão já feita na história da Bolívia”, acrescentou Issa, acrescentando que, segundo as primeiras investigações, o destinatário das balas de fabricação mexicana era uma pessoa ligada ao Movimento Pelo Socialismo (MAS), de Morales (2006-2019).

“Queremos denunciar que o Movimento Pelo Socialismo continua com seus esforços desestabilizadores no país”, afirmou Issa, argumentando que o MAS “volta a tentar desestabilizar o país, desestabilizar a democracia que temos e, portanto, estamos diante de um movimento subversivo”.

Duas pessoas foram presas por envolvimento no carregamento ilegal, informou o ministro de Interiores.

O governo transitório de direita afirma há dias que o MAS está planejando rebeliões para o caso do seu candidato à presidência, Luis Arce, ser derrotado nas eleições de 18 de outubro.

O MAS não se pronunciou sobre a apreensão dos projéteis.

Recentemente, o governo de direita apresentou denúncias contra Morales, refugiado na Argentina após renunciar em novembro de 2019, por supostamente ter relações amorosas com duas menores, mas o MAS afirma que essas acusações buscam apenas causar um impacto nas eleições.

Segundo as pesquisas, Arce e o ex-presidente do centro, Carlos Mesa, aparecem empatados na intenção de votos com 23%, seguidos da presidente interina de direita Jeanine Áñez (12%) e do líder de direita de Santa Cruz, Luis Fernando Camacho (6%).

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