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Bolsonaro aproveita seu aniversário para voltar a atacar restrições da pandemia

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro carregam um bolo no gramado do Palácio da Alvorada para comemorar seu aniversário, em Brasília afp_tickers

O presidente Jair Bolsonaro aproveitou seu aniversário de 66 anos neste domingo (21) para renovar seus ataques às medidas de confinamento em combate à covid-19, dizendo a seus apoiadores que lutaria por sua “liberdade”.

O líder de extrema direita desafiou os conselhos de especialistas sobre distanciamento social e máscaras para evitar a disseminação do coronavírus, embora tenha adotado recentemente um tom mais pragmático, sob pressão em meio a uma onda mortal da doença no Brasil.

Isso incluiu aparecer usando máscara para cumprimentar simpatizantes que lhe desejaram um feliz aniversário em frente ao palácio presidencial em Brasília.

No entanto, muitos na multidão estavam sem máscara, e Bolsonaro usou seu discurso improvisado para fazer novos ataques às restrições ordenadas por prefeitos e governadores, que estão preocupados com o possível colapso de seus sistemas de saúde.

“Estão esticando a corda. Faço qualquer coisa pelo meu povo”, disse Bolsonaro a seus apoiadores, alguns dos quais levaram para ele um bolo com as cores da bandeira brasileira.

“Se alguém acha que um dia abriremos mão da nossa liberdade, estão enganados. Alguns tiranos tolhem a liberdade de vocês, podem ter certeza que nosso exército é verde-oliva e é vocês também”, declarou. “Contem com as forças armadas pela democracia e pela liberdade.”

Bolsonaro argumenta que o prejuízo econômico causado pelos confinamentos é pior do que o próprio vírus. Mas em um sinal da pressão que ele enfrenta, quase 200 economistas e líderes empresariais, incluindo vários ex-ministros da Economia e ex-presidentes de bancos centrais, publicaram uma carta aberta pedindo que o governo acelere a campanha de vacinação do Brasil e implemente uma política nacional de isolamento social.

“A controvérsia em torno dos impactos econômicos do distanciamento social reflete o falso dilema entre salvar vidas e garantir o sustento da população vulnerável”, afirmaram.

“Não é razoável esperar a recuperação da atividade econômica em uma epidemia descontrolada”, adicionaram, chamando a situação brasileira de “desoladora”.

A pandemia já custou 294 mil vidas no Brasil, atrás apenas dos Estados Unidos. As autoridades relatam que as unidades de terapia intensiva estão com ocupação acima dos 80% em 25 dos 27 estados e quase saturadas em pontos-chave, incluindo São Paulo e Rio de Janeiro.

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