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Colômbia tem redução inédita de venezuelanos em seu território desde 2015

Crianças venezuelanas se dão as mãos enquanto participam de protesto no terminal de ônibus de Medellín, Colômbia, 20 de maio de 2020. O protesto foi por um ônibus que leve os migrantes para a fronteira com a Venezuela, para onde querem voltar, devido à pandemia do novo coronavírus afp_tickers

A Colômbia registrou pela primeira vez um declínio, embora sutil, dos venezuelanos em seu território desde 2015, quando se aprofundou a crise que obrigou milhões de cidadãos do país vizinho a fugir, informou nesta quinta-feira (28) a autoridade migratória local.

Em março havia 1.809.872 venezolanos, 0,9% a menos com relação a fevereiro, informou em um comunicado o Departamento de Migração da Colômbia.

Isto implica em que o número de “venezuelanos radicados na Colômbia diminui pela primeira vez em cinco anos”, destacou o organismo.

O fenômeno coincide com o início da emergência sanitária pela pandemia do novo coronavírus, após a detecção do primeiro contágio, em 6 de março.

Segundo a ONU, quase cinco milhões de venezuelanos emigraram desde 2015 devido à precária situação socieconômica em seu país.

Trata-se da segunda maior crise de deslocados do mundo, atrás apenas da registrada na Síria.

Agora, empurrados pela deterioração econômica que se seguiu à pandemia, 68.000 venezuelanos decidiram voltar ao seu país, aproveitando um corredor humanitário após o fechamento das fronteiras em 14 de março, segundo as autoridades migratórias.

Entre a população migrante, 784.234 estão em situação regular.

Na terça-feira, a comunidade internacional, apoiada pelas agências da ONU para os Refugiados (Acnur) e as Migrações (OIM), comprometeu desembolsos na ordem de 2,79 bilhões de dólares, doações incluídas, destinados a ajudar os países latino-americanos que, como a Colômbia, deram uma acolhida “generosa” aos venezuelanos.

Bogotá e Caracas não têm relações diplomáticas desde fevereiro de 2019 e coordenam o atendimento à saúde dos migrantes através da Organização Pan-americana da Saúde (OPAS).

A Colômbia segue os Estados Unidos na campanha diplomática para tirar do poder o presidente socialista Nicolás Maduro, alegando que é um ditador que conseguiu um novo mandato de forma fraudulenta.

Os dois países, juntamente com outros 50, reconhecem o líder opositor Juan Guaidó como presidente interino.

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