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Cuba buscará em março certificação da OMS de sua vacina anticovid Abdala

(Arquivo) Profissional de saúde prepara dose da vacina cubana Abdala contra a covid-19 em Manágua, Nicarágua, em 18 de novembro de 2021 afp_tickers

Cuba solicitará no início de março à Organização Mundial da Saúde (OMS) a “pré-qualificação” de sua vacina anticovid Abdala, para que tenha reconhecimento internacional, informou nesta terça-feira (15) um alto diretor da indústria biotecnológica da ilha.

“Prevemos que nas primeiras semanas, ou seja, no início de março, dentro de duas ou três semanas já estaremos enviando o dossiê à OMS”, disse Eduardo Martínez Díaz, diretor da BioCubaFarma, fabricante do imunizante.

Cuba fabrica e aplica cinco vacinas e candidatos à vacina contra a covid-19, mas os fármacos Abdala e Soberana são os que tiveram maior uso em âmbito nacional e também em outros países, como Venezuela, Nicarágua e Vietnã.

Martínez explicou que sua companhia informou à OMS que o lugar de produção das vacinas seria transferido das plantas atuais para um novo complexo erguido em Mariel, situado 50 km a oeste de Havana e inaugurado em dezembro.

“[A OMS] nos respondeu que sim, que enviássemos o dossiê e que, quando a planta já estivesse em funcionamento, eles realizariam a inspeção para conceder a pré-qualificação”, acrescentou.

O diretor acredita que os imunizantes serão reconhecidos “sem nenhum tipo de problema”, pois “se mostraram muito seguros” após serem administrados em 88% da população, controlando a pandemia e o número de mortos.

Cuba registra um total de 1.062.154 cubanos infectados na pandemia, com 8.476 óbitos até o dia de hoje, segundo o Ministério da Saúde.

Martínez disse que os primeiros testes no Complexo de Mariel cumpriram “os parâmetros de qualidade”, mas admitiu que houve problemas de financiamento e insumos em toda a indústria farmacêutica cubana.

“Conseguimos exportar no fim do ano passado vacinas e um grupo de medicamentos e estamos tendo dificuldades para poder receber com a negativa dos bancos em trabalhar conosco”, devido ao embargo dos Estados Unidos.

Segundo o diretor, essa situação privou a empresa de conseguir financiamento para honrar o pagamento de matérias-primas, que se soma aos problemas de comércio internacional provocados pela pandemia.

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