Dez ministros de Bolsonaro deixam cargos para se candidatarem em outubro
Dez ministros do governo de Jair Bolsonaro deixaram seus cargos nesta quinta-feira (31) para disputar as eleições de outubro, entre eles o da Defesa, possível companheiro de chapa do presidente brasileiro.
Bolsonaro desejou sorte aos seus ministros cessantes, 10 dos 23, aspirantes em sua maioria a cargos de governador e deputado e, em tom de campanha, repetiu que este ano "não temos uma briga da direita contra esquerda, temos do bem contra o mal. E o bem vai vencer".
Os representantes saem "com a cabeça erguida. Está na cara que vão disputar um cargo eletivo. Tem que o falar nos seus estados e não vão receber criticas sobre corrupção”.
Deixaram seus cargos: Walter Souza Braga Netto (Defensa), apontado por Bolsonaro como seu possível candidato à vice-presidência na busca da reeleição; Tarcísio de Freitas (Infraestrutura), que será candidato ao governo de São Paulo; Tereza Cristina (Agricultura) que tentaria uma vaga no Senado pelo Mato Grosso do Sul e Rogerio Marinho (Desenvolvimento Regional), que será candidato a senador pelo Rio Grande del Norte.
Braga Netto saiu da Defesa e foi nomeado assessor especial do gabinete pessoal da Presidência, cargo que não requer que ele deixe o executivo imediatamente.
O general Paulo Sérgio Nogueira, comandante do Exército até esta quinta-feira, foi nomeado ministro da Defesa, conforme foi publicado no Diário Oficial.
Os outros ministérios foram assumidos por funcionários de menor escalão, que já estavam no organograma das pastas ou em áreas afins.
O prazo para que os ministros que desejam ser candidatos deixem seus cargos expira no sábado, segundo a lei eleitoral.
O primeiro turno das eleições, nas quais, além de presidente, os brasileiros elegerão governadores, deputados e renovarão um terço do Senado, está prevista para 2 de outubro.
As pesquisas mostram um cenário polarizado entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que aparece como favorito, e o atual presidente, que se enfrentariam em um segundo turno.
Bolsonaro (PL) aproveitou o discurso de quinta-feira para elogiar mais uma vez a ditadura militar (1964-1985), coincidindo com o 58º aniversário do golpe.
O presidente garantiu que durante a ditadura "todos tinham o direito de ir e vir, de estudar, de trabalhar", acrescentando que sem a gestão do governo militar, agora "Brasil seria uma republiqueta" e destacou "obras fantásticas" no período.
Além disso, voltou a levantar dúvidas sobre a confiabilidade da urna eletrônica no Brasil: "Temos a obrigação de exigir das autoridades a certeza na transparência do voto, porque o voto é a alma da democracia", disse.