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Evo Morales anuncia que convocará novas eleições na Bolívia

Evo Morales fala durante uma coletiva de imprensa, na cidade boliviana de El Alto afp_tickers
Este conteúdo foi publicado em 10. novembro 2019 - 14:18
(AFP)

O presidente boliviano, Evo Morales, decidiu neste domingo convocar novas eleições gerais e renovar a totalidade de magistrados do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), depois da publicação de um informe de auditoria da OEA que invalida as eleições de 20 de outubro.

"Decidi renovar a totalidade de membros do tribunal supremo eleitoral", disse Morales em um anúncio pela televisão. Informou também que vai "convocar novas eleições nacionais, que por meio do voto permitam ao povo boliviano escolher democraticamente novas autoridades", acrescentou.

O informe da Organização dos Estados Americanos (OEA), divulgado neste domingo, estabeleceu que a organização não pode "validar os resultados da presente eleição, e portanto se recomenda outro processo eleitoral", ao encontrar irregularidades na contagem de votos.

"O primeiro turno das eleições realizado em 20 de outubro deve ser anulado e o processo eleitoral deve começar novamente, efetuando-se o primeiro turno assim que houver novas condições que deem novas garantias para sua realização, entre elas uma nova composição do órgão eleitoral", disse a OEA.

O secretário-geral da OEA, Luis Almagro, fez este pedido em virtude do informe técnico preparado por uma missão que fez uma auditoria das eleições bolivianas e encontrou diversas "irregularidades".

"Nos quatro elementos revisados (tecnologia, cadeia de custódia, integridade das atas e projeções estatísticas) foram encontradas irregularidades, que variam desde muito graves até indicativas. Isto leva a equipe técnica auditora a questionar a integridade dos resultados da eleição de 20 de outubro passado", diz o informe.

Morales anunciou também que o Parlamento bicameral, onde conta com maioria, se reunirá "nas próximas horas" para que os partidos busquem os procedimentos para renovar os cargos do TSE, alvo de críticas internas e externas.

O presidente detalhou que nas futuras eleições o "povo boliviano (poderá) eleger democraticamente novas autoridades, incorporando novos atores políticos", sem detalhar se ele voltará a se candidatar.

O mandatário foi eleito para um quarto mandato consecutivo na votação de outubro, ao superar por mais de 10 pontos o centrista Carlos Mesa em um resultado polêmico e denunciado como fraudulento pela oposição.

Os comitês cívicos que se manifestam nas ruas pediram em assembleias públicas realizadas na semana passada que nem Morales nem Mesa voltem a se candidatar.

"Depois desta decisão, quero pedir para baixar a tensão, todos e todas estão obrigados a pacificar a Bolívia", indicou o mandatário.

A Bolívia registrou sua terceira semana de protestos, com paralisações e bloqueios de ruas em várias cidades do país contra a reeleição de Morales. Os choques entre governistas e opositores deixaram até agora três mortos e mais de 300 feridos. Na sexta-feira teve início um motim policial em protesto pelos resultados eleitorais em várias regiões do país.

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