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Ex-presidente e ex-ministro vão para o segundo turno na Costa Rica

O ex-presidente (1994-1998) e candidato José María Figueres Olsen acena para simpatizantes ao lado da esposa, Cinthia Berrocal, em San José afp_tickers
Este conteúdo foi publicado em 07. fevereiro 2022 - 21:38
(AFP)

O ex-presidente de centro-esquerda José María Figueres e o ex-ministro da Fazenda conservador Rodrigo Chaves disputarão em 3 de abril o segundo turno da eleição presidencial na Costa Rica, uma das democracias mais sólidas da América Latina e que enfrenta uma crise econômica.

Após a apuração de 88,2% dos votos deste domingo pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Figueres, 67 anos, do Partido Libertação Nacional (PLN), liderava a contagem, com 26%. O economista de direita Rodrigo Chaves, 60, do Progresso Social Democrático, que não estava entre os favoritos nas pesquisas, tinha 16,7%.

"Afirmei, durante a campanha, que a Costa Rica merecia ganhar, e hoje começou a ganhar. Vai continuar vencendo definitivamente com nosso triunfo", disse Figueres na sede de campanha em San José.

"Vamos agora para o segundo turno. Peço que deixe para trás o conflito e o confronto estéril (...) sr. José María (Figueres). Peço uma campanha de alto nível, com propostas e ideias", declarou Chaves.

O conservador e evangélico Fabricio Alvarado, de 47 anos, do Partido Nova República, ficou em terceiro lugar, com 15% dos votos.

O primeiro turno da eleição na Costa Rica teve 25 candidatos. Para chegar ao segundo, era necessário obter mais de 40% dos votos.

Figueres governou a Costa Costa Rica entre 1994 e 1998. É filho do emblemático ex-presidente José Figueres Ferrer, que aboliu o Exército em 1948.

A eleição também define os 57 deputados da Assembleia Legislativa. Os primeiros cálculos apontam um Parlamento altamente fragmentado.

A votação foi marcada pelo desânimo da população devido aos problemas econômicos que afetam o país e a acusações de corrupção. Este contexto se traduziu em uma taxa de abstenção de 40%, a mais elevada da história do país.

Uma das democracias mais estáveis da América Latina e o primeiro país da região no ranking global de felicidade 2018-2020, a reputação da Costa Rica foi afetada por uma grave crise financeira e social. A missão de enfrentar este cenário estará nas mãos do próximo governante.

Os índices de desemprego (14,4% em 2021) e de pobreza (23% em 2021) e uma economia com dívida pública equivalente a 70% do Produto Interno Bruto (PIB) provocaram alertas dos organismos multilaterais.

A situação se agravou com a pandemia da covid-19. Desde o início de 2020, a crise sanitária provocada pelo coronavírus afetou duramente o turismo, um dos principais setores do país.

Além disso, nos últimos 13 anos, dois ex-presidentes enfrentaram julgamentos por corrupção (um foi condenado) e, em 2021, explodiram dois casos de irregularidades milionárias no setor de obras públicas, com ministros envolvidos.

O atual presidente Carlos Alvarado destacou, no entanto, a solidez democrática do país. "Estamos entre as democracias mais fortes do mundo e hoje reafirmamos isso com nosso voto (...). Outros países não têm essa opção livre. Nós temos eleições ininterruptas desde 1953", frisou.

- Em busca de alianças -

Os dois candidatos se mostraram abertos a alianças com os rivais derrotados. "Estamos trabalhando em repensar a campanha, mas também em fortalecer a equipe", disse Rodrigo Chaves nesta segunda-feira, acrescentando que estendeu "uma mão franca, um reconhecimento" a Fabricio Alvarado, Lineth Saborío e José María Villalta, os mais votados depois dele.

Ontem, Chaves pediu a José Maria Figueres "uma campanha propositiva e de ideias". "Vejo isso como uma grande oportunidade para o país e para formar algo que chamo de 'Seleção Nacional'", comentou Figueres.

"Sabia-se que Figueres ficaria como primeira opção, mas houve surpresa com o segundo. Esperamos que, no segundo turno, tudo aconteça da melhor maneira", comentou o comerciante Mauricio Osorio.

- Retrocesso-

A cientista política Gina Sibaja considera que uma vitória de Chaves significaria um retrocesso para o país. O economista foi investigado por um suposto caso de assédio sexual ocorrido entre 2008 e 2013, durante sua longa trajetória no Banco Mundial.

Embora a entidade tenha reconhecido que não o puniu adequadamente, posteriormente um tribunal administrativo do banco considerou que suas condutas se qualificam como assédio sexual e que o departamento de recursos humanos resolveu erroneamente o assunto.

“É alguém que não consegue reconhecer a importância desse tipo de situação e a necessidade urgente de mudar essa cultura política", observou Gina.

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