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Groenlândia não tinha gelo há um milhão de anos, afirma estudo

(ARQUIVOS) Nesta foto de arquivo tirada em 16 de agosto de 2019, icebergs flutuam atrás da cidade de Kulusuk na Groenlândia. afp_tickers
Este conteúdo foi publicado em 16. março 2021 - 17:41
(AFP)

Groenlândia - "terra verde" em dinamarquês - tem hoje de vegetal apenas o nome, mas um novo estudo mostra que a vasta ilha do Ártico foi um dia, uma terra sem gelo, provavelmente há um milhão de anos.

Esta conclusão foi alcançada graças à descoberta de fósseis de plantas em amostras glaciais esquecidas por décadas e encontradas por acaso em um freezer em Copenhague, declarou à AFP Dorthe Dahl Jensen, co-autora do estudo publicado na revista 'Proceedings of the National Academy' (PNAS) da Academia de Ciências dos Estados Unidos.

"Nos núcleos de gelo conseguimos identificar musgos, galhos e folhas inteiras perfeitamente preservadas, vegetação que pode ser encontrada no litoral sul da Groenlândia, mas também na tundra ou na floresta boreal", afirma a professora de climatologia da Universidade de Copenhague.

Esses núcleos de gelo foram obtidos em 1966 em Camp Century, uma base americana construída sob o pretexto de pesquisas climáticas, onde 600 ogivas nucleares foram armazenadas durante a Guerra Fria.

Extraídas abaixo de um quilômetro de profundidade no gelo, foram arquivados em Copenhague em 1994, sem qualquer documentação.

Preservados a -13ºC, os sedimentos são visíveis a olho nu. Se os fósseis não podem ser datados com exatidão, estudar os isótopos permite uma avaliação mais precisa.

O estudo publicado pela PNAS conclui que o enorme manto de gelo da Groenlândia "derreteu pelo menos uma vez nos últimos 1,1 milhão de anos".

85% coberta por gelo, a ilha de 2 milhões de km2 está na linha de frente do degelo do Ártico, uma região que está esquentando de duas a quatro vezes mais rápido que o resto do planeta, segundo cientistas.

Os cientistas estão especialmente preocupados com um "ponto sem volta" causado pelo atual aquecimento global, além do qual o derretimento das calotas polares do Ártico e da Antártica será irreparável, pelo menos em um horizonte de milhares de anos à frente.

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