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Maduro chama observadores eleitorais da UE na Venezuela de ‘inimigos’ e ‘espiões’

(Arquivo) O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro afp_tickers

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, chamou neste domingo (28) de “inimigos” e “espiões” os observadores da União Europeia nas eleições de governadores e prefeitos de 21 de novembro, ao negar as irregularidades relatadas pela missão em seu relatório.

“Os que vieram como inimigos, a delegação de espiões da União Europeia, não encontraram nenhum elemento para criticar o sistema eleitoral. Em um relatório repleto de improvisações e mal redigido, buscaram e tentaram manchar o processo eleitoral impecável e democrático da Venezuela, e não puderam”, disse Maduro em defesa das eleições, nas quais o chavismo conquistou a grande maioria dos cargos em disputa.

Dois dias após as eleições, a missão da UE afirmou em relatório preliminar que houve “melhores condições” do que nas votações anteriores, mas ao mesmo tempo identificou irregularidades, como a utilização de recursos públicos na campanha, a desclassificação “arbitrária” de candidatos e o estabelecimento de postos de controle do partido do governo nos centros de votação.

“Nossa missão conseguiu verificar a falta de independência judicial, a não adesão ao Estado de Direito e que algumas leis afetaram a igualdade de condições, o equilíbrio e a transparência das eleições”, afirmou em coletiva de imprensa a chefe da delegação de observadores, a portuguesa Isabel Santos, que especificou que o relatório final será apresentado no final de janeiro ou início de fevereiro.

“Não eram observadores internacionais. Espiões da União Europeia!”, reagiu Maduro em uma transmissão da televisão estatal VTV, após uma visita a Cuba para os atos de celebração dos cinco anos da morte de Fidel Castro.

“A União Europeia não conseguiu manchar a Venezuela, o processo eleitoral foi impecável. (…) Houve eleições transparentes, confiáveis, justas, seguras e livres e o chavismo varreu” a concorrência, disse o líder socialista.

Os principais partidos políticos da oposição voltaram às urnas em 21 de novembro depois de se recusarem a participar das eleições presidenciais de 2018, nas quais Maduro foi reeleito, e das legislativas de 2020, nas quais o chavismo retomou o controle do Congresso. Denunciaram, na época, ambos os processos como “fraudulentos”.

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