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Novo ministro da Saúde peruano nega acusações de negligência médica

Esta foto divulgada pela assessoria de imprensa da presidência peruana mostra o presidente peruano Pedro Castillo (E) apertando a mão de seu novo ministro da Saúde Hernan Condori, depois que ele tomou posse, em Lima, em 8 de fevereiro de 2022 afp_tickers

O recém-nomeado ministro da Saúde do Peru, o clínico geral Hernán Condori, negou nesta sexta-feira (11) ter cometido negligência médica ou profissional e exigiu que colegas e a mídia lhe permitissem trabalhar no cargo que ocupa.

“Por ser clínico geral e por ser da província, não posso ser ministro da Saúde? Estou há quatro dias (no cargo), não me deixam trabalhar. Deixem eu trabalhar e simplesmente verão os frutos, atos e não palavras”, afirmou Condori a repórteres durante uma operação de vacinação no centro de Lima.

Condori foi nomeado ministro esta semana pelo presidente, Pedro Castillo, para substituir seu colega Hernando Cevallos.

Desde então, foi criticado pela imprensa local e pelo sindicato dos médicos, que afirmam que ele receitou produtos não respaldados pela ciência, como a chamada “agua arracimada”. Condori também é investigado por suposta corrupção.

“Proponho aos colegas médicos e à mídia, ir a Chanchamayo (uma província no centro do Peru) e me dar uma receita para essa água ou um paciente a quem eu dei essa água. Me mostrem uma, e eu vou embora”, desafiou o funcionário recém-nomeado, negando tais acusações.

A agua arracimada é vendida em vários países com supostos benefícios à saúde, como retardar o envelhecimento. Uma garrafa de 100 ml custa entre 200 e 300 soles (50 e 75 dólares) no Peru, segundo a imprensa local.

A Defensoria Pública lamentou que o presidente Castillo o tenha nomeado apesar de estar sob o escrutínio da promotoria anticorrupção.

Condori também negou atribuir a si mesmo especializações médicas. “Sou clínico geral, nunca disse que sou ginecologista”, assegurou.

“Há pacientes diabéticos que atendo e não sou endocrinologista, atendo muitas crianças que adoecem e não sou pediatra. Atendo partos e vemos diferentes doenças porque é assim que os médicos são no Peru profundo”, disse ele em referência à suas origens em uma província do interior.

O Peru teve sete ministros da Saúde desde que a pandemia da covid-19 eclodiu no país, em março de 2020. Desde então, também teve quatro presidentes, incluindo Castillo, um sinal de sua fraqueza institucional.

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