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PF investiga governo do Amazonas por desvio de recursos públicos destinados à Saúde

Parentes vítima da covid-19 choram no cemitério Nossa Senhora Aparecida em Manaus, Amazonas, em 22 de janeiro de 2021 afp_tickers

A Polícia Federal executou 19 mandados de busca e seis mandados de prisão nesta quarta-feira (2), no âmbito de uma investigação sobre a suposta participação do governo do estado do Amazonas no desvio de recursos destinados ao combate à pandemia.

“Segundo as investigações, há indícios de que funcionários do alto escalão da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas realizaram contratação fraudulenta para favorecer grupo de empresários locais, sob orientação da cúpula do Governo do Estado”, informou a PF em comunicado.

Embora a Polícia Federal não tenha revelado quem foram os alvos dos mandados de busca e prisão, a imprensa noticiou que estiveram na casa do governador do Amazonas e que o secretário de Saúde, Marcellus Campêlo, constava na lista de prisões.

“São investigados fatos relacionados a possíveis práticas de crimes, como pertencimento a organização criminosa, fraude a licitação e desvio de recursos públicos”, acrescentou a PF.

O estado do Amazonas viveu cenas dramáticas em janeiro de 2021 por causa da falta de oxigênio e insumos para enfrentar a piora da pandemia.

Dezenas de pessoas morreram asfixiadas em Manaus no início do ano por falta de oxigênio.

De acordo com as investigações, um hospital de campanha construído para atender pacientes com coronavírus no estado “não atende às necessidades básicas de assistência à população atingida pela pandemia da covid-19, bem como coloca em risco de contaminação os pacientes e os funcionários da unidade”.

O Brasil, com mais de 465 mil mortes pelo coronavírus, registra o segundo pior balanço letal do mundo.

O Amazonas, com 314 mortes a cada 100 mil habitantes, é o segundo estado mais afetado pela pandemia. Quase 13.000 pessoas morreram pelo vírus na região, e a doença é responsável por mais de 385.000 casos no estado.

A polícia informou que os crimes investigados podem levar a penas de até 24 anos de reclusão.

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