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Presidente mexicano pede investigação a seu irmão por receber dinheiro

Foto divulgada pela assessoria de imprensa da presidência do México mostra o presidene mexicano Andres Manuel Lopez Obrador em coletiva de imprensa afp_tickers

O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, solicitou nesta sexta-feira que um de seus irmãos que aparece em vídeos recebendo dinheiro para financiar uma campanha local em 2015 seja investigado.

As gravações foram divulgadas na quinta-feira em meio a uma onda de denúncias de corrupção contra os ex-presidentes Enrique Peña Nieto, Felipe Calderón e Carlos Salinas, opositores do presidente esquerdista.

“Não deveria haver impunidade para ninguém. Se um familiar comete um crime, ele deve ser julgado. Eles têm que chamar meu irmão (Pío López Obrador), David León, e ir ao fundo disso”, disse o presidente em sua coletiva de imprensa matinal.

León é um colaborador do governante.

Os vídeos do irmão do presidente foram divulgados depois que outra fita de 2013 de origem desconhecida mostrou dois políticos da oposição com malas cheias de dinheiro na segunda-feira, supostamente subornos da construtora brasileira Odebrecht ao governo Peña Nieto (2012-2018).

As novas imagens vieram à tona após uma declaração judicial vazada do ex-chefe da estatal Pemex Emilio Lozoya, que afirmou que Peña Nieto e seu ex-chanceler Luis Videgaray ordenaram pagamentos de propina a legisladores por uma reforma energética com dinheiro da Odebrecht. Videgaray nega a acusação.

Segundo o Ministério Público, Lozoya garante que a construtora deu 4,4 milhões de dólares para financiar a campanha de Peña Nieto em 2012.

No total, o ex-diretor, testemunha colaboradora do Ministério Público, teria recebido 10,5 milhões de dólares da construtora que, segundo as investigações, obteve um “lucro” de 39 milhões de dólares pela “concessão de obras” no México.

Nas imagens divulgadas pelo portal Latinus, Pío López Obrador é visto recebendo – segundo cálculos do próprio presidente – cerca de dois milhões de pesos (cerca de US$ 130 mil).

O presidente garantiu que poderiam ter sido “contribuições do povo” a uma campanha municipal em Chiapas, embora tenha dito não saber se a quantia foi informada às autoridades eleitorais.

No México, é legal receber esses tipos de doações, desde que sejam informados.

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